tag:blogger.com,1999:blog-23464870835802019922024-03-13T11:31:59.524-07:00Horizonte PortuguêsUnknownnoreply@blogger.comBlogger74125tag:blogger.com,1999:blog-2346487083580201992.post-83364867448233359332016-01-18T06:39:00.003-08:002016-01-18T06:39:17.920-08:00Carta à candidata Maria de Belém<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 16pt;">«Ex.ma Senhora Dr.ª Maria de Belém,</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: medium;"><br /></span></div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: medium;">Acabo
de dar uma vista de olhos por este sítio da candidatura de Maria de
Belém e fiquei decepcionada por verificar que usa o "acordês" em vez da
língua de Portugal! Na Presidência da República eu, cidadã portuguesa,
professora de Português (agora reformada), quero ver alguém que conheça o
valor da nossa língua materna e se comprometa publicamente a tudo
fazer, para acabar com o vergonhoso e a todos os títulos indefensável
Acordo Ortográfico de 1990.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: medium;">Os meus cumprimentos,</span></div>
<div>
<span style="font-size: medium;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-size: medium;">Maria José Abranches Gonçalves dos Santos - Lagos» </span></div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2346487083580201992.post-65994275847597354182016-01-14T09:50:00.005-08:002016-01-14T09:51:32.311-08:00“Discurso Direto”<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: grey;"><span style="font-family: Century Gothic, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><b>Caros
Amigos,</b></span></span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: grey;"><span style="font-family: Century Gothic, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><b>A
educação está de novo na ribalta! Para melhor, para pior?
Pessoalmente não sei e não posso dar, portanto, a minha opinião
sobre isso. O que me parece grave é este modo político de actuar
que vem marcando a educação nacional há anos: sem debate, sem
esclarecimentos, sem análises aprofundadas e esclarecidas, vai-se
mudar de novo. Em suma, o laboratório experimental continua a
funcionar, com as pequenas cobaias sempre ao dispor! </b></span></span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 0.4cm; margin-bottom: 0cm;">
<a href="https://www.blogger.com/null" name="OBJ_PREFIX_DWT583_com_zimbra_email"></a>
<span style="font-family: Century Gothic, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><span style="color: grey;"><b>Como
a mensagem que tentei enviar ao programa "Discurso </b></span><span style="color: grey;"><i><b>Direto",
</b></i></span><span style="color: grey;"><b>da TVI, com Paula Magalhães,
por três vezes me foi devolvida </b></span>(<span style="color: #444444;"><span style="background: #ffffff;">postmaster@MEDCAP.PT),
</span></span><span style="color: grey;"><span style="font-style: normal;"><b><span style="background: #ffffff;">decidi
reencaminhá-la para os meus contactos habituais</span></b></span></span><span style="color: #444444;"><span style="background: #ffffff;">
(ver abaixo). </span></span></span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: medium;">Ex.mos Senhores,</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: medium;">Tenho estado
a seguir este programa e tentei intervir por telefone, mas não
consegui. Fui professora de Português e Francês e, embora
reformada, não posso alhear-me dos problemas da educação, pelo
respeito que me merecem as crianças e jovens do meu país e o futuro
de Portugal.</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: medium;">A minha
pergunta é esta: como é possível, mais uma vez, discutir a
educação em Portugal, sem pôr em causa a 'imposição ditatorial e
anti-democrática', no sistema de ensino, do Acordo Ortográfico de
1990 (AO90), que nos destrói a língua - nosso património colectivo
identitário e estruturante - e tem sido condenado pelos mais
credenciados especialistas e recusado pela grande maioria dos
portugueses? E mais uma vez, pais, encarregados de educação,
professores e políticos calam-se, dobram-se e nem sequer questionam
o AO90 em si nem os processos duvidosos que conduziram à sua
aprovação e aplicação entre nós, nomeadamente a RES. AR n.º
35/2008 e a RES. do Conselho de Ministros de José Sócrates
n.º8/2011, de 9 de Dezembro de 2010, prontamente posta em prática
pelo governo de Passos Coelho, a partir do ano lectivo de 2011-2012.</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: grey;"><span style="font-family: Century Gothic, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><i><b>Para
quem não leu ou anda muito distraído, proponho a leitura de um
texto meu, já publicado no sítio da ILCAO: </b></i></span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: grey;"><span style="font-family: Century Gothic, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><i><b>"A
HERANÇA"</b></i></span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: grey;"><span style="font-family: Century Gothic, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><i><b>Verba
volant, scripta manent...:</b></i></span></span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<a href="https://www.blogger.com/null" name="OBJ_PREFIX_DWT591_com_zimbra_url"></a>
<a href="http://ilcao.cedilha.net/?p=6272" target="_blank">http://ilcao.cedilha.net/?p=6272</a></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: grey;"><span style="font-family: Century Gothic, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><b>Os
meus cumprimentos,</b></span></span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: x-small;"><b>Maria
José Abranches Gonçalves dos Santos</b></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Lagos</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2346487083580201992.post-55472683201108194002016-01-11T10:01:00.001-08:002016-01-11T10:01:11.497-08:00CARTA ABERTA A ANTÓNIO COSTA, PRIMEIRO-MINISTRO DE PORTUGAL Por Isabel A.<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;">Porque o que disse na “Quadratura do Círculo” sobre o AO/90 é bastante grave, para ser<span class="text_exposed_show">
dito por um primeiro-ministro: é um atentado à inteligência de milhares
de Portugueses; é uma desonra para Portugal, é um insulto à Lusofonia; é
uma violação ao direito das crianças aprenderem uma Língua Materna
íntegra.</span></span></span></div>
<div class="text_exposed_show">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"> António Costa,
instado por José Pacheco Pereira na "Quadratura do Círculo" especial
(SIC Notícias, 08/01/2016), pronuncia-se pela primeira vez sobre o
Acordo Ortográfico na qualidade de primeiro-ministro: «Não faz sentido
mexer no Acordo Ortográfico. Eu, por mim, não teria tomado a iniciativa
de fazer o acordo, mas não tomo a iniciativa de o desfazer.» (Tradutores
Contra o AO/90)</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"> Exmo. Senhor Primeiro-ministro de Portugal,</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;">
Não posso ficar calada perante o que na passada sexta-feira ouvi Vossa
Excelência dizer na “Quadratura do Círculo”, quando confrontado com a
monumental cacetada que José Pacheco Pereira, falando por milhares de
portugueses, deu ao AO/90.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"> Confesso que esperava outra resposta
de alguém que não poupou meios para chegar ao poder, em nome da mudança
que queria para Portugal, tendo como palavras de ordem: rever, revogar e
reverter as medidas tomadas pelo anterior governo, que Vossa Excelência
tanto criticou e quis, porque quis, substituir.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"> Pasmei com a resposta que deu à pergunta de José Pacheco Pereira.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;">
Primeiro, porque me pareceu bastante superficial, e deu a entender que
percebe tanto do AO/90, como eu de Física Quântica, ou seja, nada,
deixando o seu eleitorado muito, muito desiludido, pelo que consegui
apurar.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"> Segundo, porque ficou muito mal a um Primeiro-ministro o
facto de estar-se completamente nas tintas para um assunto de suma
importância para Portugal e para os Portugueses, e que atinge a
identidade nacional, dado tratar-se da venda da Língua Portuguesa a um
país com cerca de 15 milhões de analfabetos adultos (fora os outros) à
revelia dos restantes países lusófonos, que se recusam a aplicar esta
mixórdia linguística, que dá pelo nome de Acordo Ortográfico de 1990 (no
que se mostram muito mais inteligentes do que Portugal), aligeirando os
argumentos que levaram àquela resposta indigna de um Primeiro-ministro:
«Eu, por mim, não teria tomado a iniciativa de fazer o acordo, mas não
tomo a iniciativa de o desfazer».</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"> Isto demonstra a atitude de um
senhor feudal, que tem milhares de pessoas à porta do seu castelo a
pedir clemência para uma bela dama de alta linhagem que foi condenada ao
degredo, porque um outro senhor feudal, que prometeu alargar os
domínios do primeiro, por mero capricho, assim o quis. Contudo, o
todo-poderoso senhor feudal faz ouvidos moucos ao clamor dessa multidão e
manda os seus lacaios executar a pena: envie-se a bela dama para o
degredo.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"> Foi exactamente assim que me soou aquela resposta,
despida de qualquer sensibilidade pela Língua Portuguesa. Até me pareceu
vislumbrar nela um certo desprezo e cinismo.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"> E ainda tem a
ousadia de dizer que acha que temos convivido todos bem, e ninguém
deixou de compreender bem… o dito AO/90, quando milhares de pessoas, em
todos os países lusófonos, incluindo Brasil e Portugal (os únicos que
aplicaram ilegalmente o AO/90) têm feito um ruidoso protesto ao redor
desta imposição absurda?</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"> Isto é andar fora da realidade, ou num
faz-de-conta que não sei, não ouço, não vejo, inadequado a um
Primeiro-ministro que pretende distanciar-se dos erros cometidos pelos
seus antecessores.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"> Então Vossa Excelência vem dizer que no seu
tempo se escrevia Luiz (com Z) e agora é Luís (com S)? Quando quem nasce
Luiz, Baptista, Lourdes, Izabel, Queiroz, deve morrer Luiz, Baptista,
Lourdes, Isabel, Queiroz? Porque neste AO/90, os nomes próprios, são
nomes próprios e não sofrem alterações?</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"> E em que tempo é que se escrevia Luiz com Z? No tempo da avozinha… O senhor ministro será assim tão antigo?</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;">
Então Vossa Excelência diz que não faz sentido mexer no AO, e faz
sentido deixar que a sociedade evolua naturalmente na sua aplicação?</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"> Qual sociedade? Que evolução, Senhor Ministro?</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;">
Este acordo está a ser ilegalmente imposto nas repartições públicas e
nas escolas portuguesas que por medo ou ignorância o aplicam, estando-se
a enganar as crianças e o povo menos esclarecido.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"> Este acordo
não faz parte de qualquer evolução linguística. Estão mais do que
provadas as incongruências, o desatino, a desunião e a desordem
ortográfica provocada pelo AO/90, criado unicamente para satisfazer os
interesses económicos de uns tantos editores brasileiros e portugueses.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;">
Quiseram unificar a língua e o resultado foi este: a coexistência (nada
pacífica) do acordês, do brasileirês e da Língua Portuguesa. Uns
escrevem em acordês e brasileirês. Outros escrevem em Língua Portuguesa.
E ainda outros escrevem como calha, porque o ensino da língua está
depauperado. Cá (em Portugal) e lá (no Brasil).</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"> Os documentos
oficiais são uma vergonha. No mesmo texto, ora se se escreve aCtividade
(e muito bem) ora atividade (e muito mal). Os livros para crianças ora
são colecções (e muito bem) ora coleções - devendo ler-se col’ções (e
muito mal).</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"> E sabemos mais. Sabemos que algumas editoras, por
mais absurdo que isto seja, controlam os governantes portugueses. Talvez
por isso (talvez!) a resposta de Vossa Excelência foi como foi.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"> O
que não faz sentido, senhor primeiro-ministro, é o actual governo andar
a revogar tudo e mais alguma coisa, em nome da mudança pretendida, e
não revogar esta vergonhosa venda da Língua Portuguesa ao Brasil, e que
os Portugueses exigem.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"> Que democracia será esta?</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"> As novas
gerações não merecem este insulto. Esta afronta. Esta violação ao
direito de aprenderem uma Língua Materna íntegra, e não uma fraude
linguística.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"> Se Vossa Excelência continuar a insistir nesta
posição de senhor feudal, não terá valido a pena ter derrubado muralhas,
para invadir domínios alheios. Porque outras muralhas se erguerão, e
ficará isolado no seu feudo.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"> Sendo Português e Primeiro-ministro
de Portugal ficava-lhe bem ter dito que o seu Governo iria pensar no
assunto, e que a revogação do AO/90 poderia ser uma possibilidade. Mas
não disse. Portou-se muito mal.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"> Ao contrário de Inglaterra, que
não se submeteu à gigante América do Norte, Portugal verga-se ao gigante
Brasil, como um país indigente, sem dignidade, sem orgulho algum na sua
própria História.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"> Sinto o maior orgulho em ser portuguesa, e
gostaria de ter orgulho num Governo que não rastejasse e defendesse os
verdadeiros interesses de Portugal e dos Portugueses.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"> Será que ainda não é desta que poderemos vir a orgulhar-nos de um Governo Português que se mova com verticalidade?</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"> Com os meus cumprimentos,</span></span></div>
Isabel A. Ferreira. <span style="font-size: xx-small;">Via Facebook</span></div>
Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2346487083580201992.post-55473878897596025482016-01-05T10:53:00.003-08:002016-01-05T10:53:29.535-08:00Vai manter-se o silêncio?<div style="background-color: white; color: #222222; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: 1.5; margin: 0px 0px 20px 198.984px; text-align: justify; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;">Péssimas notícias para um início de ano as que hoje encontrei no PÚBLICO, relativas ao Acordo Ortográfico de 1990:</span></span></div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: 1.5; margin: 0px 0px 20px 198.984px; text-align: justify; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;">1. "Sobem para 215 milhões os falantes de português a usar o Acordo Ortográfico", da Lusa, com esta nota por baixo da imagem que 'ilustra' o texto: "O Acordo já tem o processo de implementação ‘finalizado’ em Portugal, onde entrou em vigor a 13 de Maio de 2015, apesar da oposição de grupos da sociedade civil."</span></span></div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: 1.5; margin: 0px 0px 20px 198.984px; text-align: justify; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;">2. "Acordo entra hoje em vigor no Brasil depois de três anos de polémica".</span></span></div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: 1.5; margin: 0px 0px 20px 198.984px; text-align: justify; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;">E eu pergunto aos portugueses, se é que ainda há disso por aí: vai manter-se o silêncio que tão bem tem servido os interesses dos defensores do AO90, designadamente os da indústria editorial? Essa gangrena que cresce por todo o lado, com particular e inaceitável visibilidade no domínio do Ensino – básico, secundário e superior – a maior vergonha nacional desde que estamos em democracia, vai acabar por impor-se? E não se ouve praticamente ninguém, desde que a voz incansável e vibrante de Vasco Graça Moura se calou para sempre?!</span></span></div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: 1.5; margin: 0px 0px 20px 198.984px; text-align: justify; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;">Será que vamos ter mais uma campanha eleitoral, agora para a Presidência da República, a ignorar ostensivamente este tema, com a habitual conivência dos 'media'? Os que lutaram contra a ditadura, a PIDE, a censura, a guerra colonial, e que conduziram Portugal à democracia, mereciam esta indignidade, esta cúmplice passividade, esta cobarde aceitação, perante o maior atentado alguma vez perpetrado contra a nossa língua materna?</span></span></div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: 1.5; margin: 0px 0px 20px 198.984px; text-align: justify; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;">Termino, com a expressão do meu sincero reconhecimento ao PÚBLICO, pela verticalidade com que se tem mantido fiel ao Português de Portugal.</span></span></div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: Georgia,serif; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: 1.5; margin: 0px 0px 20px 198.984px; text-align: justify; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<em style="font-style: italic;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><b>In Público, por Maria José Abranches Gonçalves dos Santos, Lagos, 5/01/2016</b></span></span></em></div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-family: Georgia, serif; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: 1.5; margin: 0px 0px 20px 198.984px; orphans: auto; text-align: start; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<br /></div>
Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2346487083580201992.post-62108390795613062452015-12-29T10:34:00.003-08:002015-12-29T10:34:44.878-08:00O Negócio do Acordo Ortográfico<header style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #4b4b4b; display: block; font-family: 'PT Sans', sans-serif; font-size: 14px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: 21px; margin-bottom: 14px; orphans: auto; position: relative; text-align: start; text-indent: 0px; text-transform: none; top: -16px; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;"><br /><div class="meta-info" style="color: #cbcbcb; font-family: Ubuntu, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19px;">
<ul class="td-category" style="display: inline; float: left; list-style: none; margin: 0px 6px 0px 0px; padding: 0px; position: relative;">
<li class="entry-category" style="float: left; font-family: 'PT Sans', sans-serif; font-size: 12px; line-height: 10px; margin-right: 4px; zoom: 1;"><a href="http://jornaldiabo.com/category/cultura/" style="background-color: #ed1c24; color: white; display: inline-block; line-height: 15px; margin-bottom: 4px; padding: 2px 8px 3px; text-decoration: none !important;">Cultura e História</a></li>
</ul>
<time class="entry-date updated" datetime="2015-12-05T05:56:55+00:00" itemprop="dateCreated" style="font-style: italic; margin-right: 120px; white-space: nowrap;">5 Dez, 2015</time><div class="entry-comments-views" style="bottom: 0px; color: #cbcbcb; display: inline-block; font-size: 12px; font-style: normal; position: absolute; right: 0px; top: auto;">
<span class="td-sp td-sp-ico-comments td-fake-click" data-fake-click="http://jornaldiabo.com/cultura/acordo-ortografico-negocio/#comments" style="background-image: url(http://jornaldiabo.com/wp-content/themes/Newspaper/images/sprite/elements.png); background-position: -20px -429px; background-repeat: no-repeat; cursor: pointer; display: inline-block !important; height: 10px; margin-left: 14px; padding-right: 6px; position: relative; top: 2px; width: 14px;"></span>0<span class="Apple-converted-space"> </span><span class="td-sp td-sp-ico-view" style="background-image: url(http://jornaldiabo.com/wp-content/themes/Newspaper/images/sprite/elements.png); background-position: -20px -689px; background-repeat: no-repeat; display: inline-block !important; height: 10px; margin-left: 14px; padding-right: 6px; position: relative; top: 2px; width: 14px;"></span><span class="td-nr-views-6399">1101</span></div>
</div>
</header><div class="td-post-featured-image" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #4b4b4b; font-family: 'PT Sans', sans-serif; font-size: 14px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: 21px; margin-bottom: 23px; orphans: auto; text-align: start; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<a class="td-modal-image" data-caption="" href="http://jornaldiabo.com/wp-content/uploads/2015/12/acordofora.png" style="color: #ed1c24; text-decoration: none !important;"><img alt="" class="entry-thumb" height="314" itemprop="image" src="http://jornaldiabo.com/wp-content/uploads/2015/12/acordofora-700x314.png" style="border: 0px; height: auto; max-width: 100%; vertical-align: middle;" title="acordofora" width="700" /></a></div>
<div class="td-post-text-content" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #262626; font-family: 'PT Sans', sans-serif; font-size: 15px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: 23px; orphans: auto; text-align: start; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div class="wpb_row row-fluid" style="margin-bottom: 35px; width: 699.969px;">
<div class="span3 wpb_column column_container" style="box-sizing: border-box; display: block; float: left; margin-left: 0px; min-height: 31px; position: relative; width: 151.484px;">
<div class="wpb_wrapper">
<div class="wpb_text_column wpb_content_element " style="margin-bottom: 0px;">
<div class="wpb_wrapper" style="margin-bottom: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<a href="http://jornaldiabo.com/wp-content/uploads/2014/04/ODIABO600x2001.png" style="color: #ed1c24; margin-bottom: 0px; text-decoration: none !important;"><img alt="ODIABO600x200" height="200" src="http://jornaldiabo.com/wp-content/uploads/2014/04/ODIABO600x2001.png" style="border: 0px; display: block; height: auto; margin-bottom: 0px; max-width: 100%; vertical-align: middle;" width="600" /></a></div>
</div>
</div>
</div>
</div>
<div class="span9 wpb_column column_container" style="box-sizing: border-box; display: block; float: left; margin-left: 31.3281px; min-height: 31px; position: relative; width: 517.141px;">
<div class="wpb_wrapper">
<div class="wpb_text_column wpb_content_element " style="margin-bottom: 0px;">
<div class="wpb_wrapper" style="margin-bottom: 0px;">
<div style="margin: 0px 0px 23px;">
<strong style="font-weight: bold; margin-bottom: 0px;">O projecto, nascido da cabeça do intelectual esquerdista brasileiro Antônio Houaiss, foi desde o início um empreendimento com fins lucrativos, apoiado por uma poderosa máquina política e comercial com ramificações em Portugal.</strong></div>
<div style="margin: 0px 0px 23px; text-align: justify;">
O português mais distraído talvez pense que um colégio de sábios bons e eminentes terá decidido um dia, após longos anos de estudo e investigação, proceder à reforma do sistema ortográfico da Língua Portuguesa – e que os governos dos países lusófonos, tendo-se debruçado sobre o assunto com o auxílio ponderado de gramáticos e lexicógrafos, terão conscienciosamente aprovado essa tão bem preparada reforma. Mas o português distraído estaria redondamente enganado.</div>
<div style="margin: 0px 0px 23px; text-align: justify;">
Já se sabia que o acordo ortográfico foi preparado em cima do joelho, longe do debate público e do escrutínio do povo, dos mestres da Língua e dos especialistas da Gramática. Mas só agora começa a conhecer-se, em detalhe, todo o processo de promoção de um tratado internacional que, embora já esteja a ser aplicado em alguns países (como Portugal), só entrará plenamente em vigor, se algum dia entrar, quando todos os governos lusófonos o assinarem. E ainda falta um…</div>
<div style="margin: 0px 0px 23px; text-align: justify;">
Em Portugal, no Brasil e em Angola, o acordo suscita enormes polémicas e tem contra si uma parte considerável do mundo académico e literário. Não obstante, governos e parlamentos dos PALOP têm vindo a ratificar consecutivamente o tratado, na ilusão “politicamente correcta” (estranhamente adoptada em Portugal por Executivos de centro-direita) de que ele representa “progresso” e “igualdade”.</div>
<div style="margin: 0px 0px 23px; text-align: justify;">
A ideia, é certo, nasceu na cabeça de um académico esquerdista, o brasileiro Antônio Houaiss, que contou em Portugal com o providencial auxílio do linguista Malaca Casteleiro. Viajemos, então, no tempo e procuremos a génese de todo o processo, que nas últimas três décadas tem enchido os bolsos a um grupo restrito de autores e editores.</div>
<div style="margin: 0px 0px 23px; text-align: justify;">
Segundo o testemunho do escritor português Ernesto Rodrigues, professor da Faculdade de Letras de Lisboa, publicado no seu ‘blog’ na internet, “Antônio Houaiss e Malaca Casteleiro dinamizavam, desde 1986, um projecto de acordo ortográfico”. Este fora sugerido, em primeiro lugar, no ano anterior, por Houaiss, que até aí fizera carreira como autor de versões brasileiras de dicionários enciclopédicos e dirigira, havia pouco, um “Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa” (1981).</div>
<blockquote style="border-left-style: none; margin: 42px 0px; padding: 0px; position: relative;">
<div style="color: #ed1c24; font-family: 'Roboto Condensed', sans-serif; font-size: 36px; font-style: italic; font-weight: normal; line-height: 40px; margin: 0px; padding-top: 0px; text-align: center;">
Consultor de editoras privadas</div>
</blockquote>
<div style="margin: 0px 0px 23px; text-align: justify;">
<a href="http://jornaldiabo.com/wp-content/uploads/2015/12/houaiss.jpg" style="color: #ed1c24; margin-bottom: 0px; text-decoration: none !important;"><img alt="houaiss" class="size-medium wp-image-6403 alignleft" height="300" src="http://jornaldiabo.com/wp-content/uploads/2015/12/houaiss-204x300.jpg" style="border: 0px; display: block; float: left; height: auto; margin-bottom: 6px; margin-right: 23px; margin-top: 6px; max-width: 100%; vertical-align: middle;" width="204" /></a>Quem era Antônio Houaiss? De origem libanesa, nascido no Rio de Janeiro em 1915, Houaiss era docente de Língua Portuguesa e consultor de várias editoras privadas de livros quando a ideia lhe surgiu. Apoiante de Getúlio Vargas (e depois de Leonel Brizola e do Partido Democrático Trabalhista, membro da Internacional Socialista), nunca escondeu as suas ideias políticas.</div>
<div style="margin: 0px 0px 23px; text-align: justify;">
Estas levá-lo-iam mais tarde ao cargo de ministro da Cultura no governo socialista de Itamar Franco, entre 1992 e 1993, e à direcção do Conselho Nacional de Política Cultural, do Ministério da Cultura (1994-1995). Foi a seguir (1996) presidente da Academia Brasileira de Letras. Jocosamente, o humorista brasileiro Millôr Fernandes referia-se-lhe dizendo: “Houaiss conhece todas as palavras da Língua Portuguesa, ele só não sabe juntá-las”.</div>
<div style="margin: 0px 0px 23px; text-align: justify;">
Em 1985, Antônio Houaiss era apenas um intelectual de esquerda com uma ambição: compor um dicionário da Língua Portuguesa que ombreasse com o famoso “Dicionário Aurélio”, da autoria de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, que desde a sua primeira edição, em 1975, já vendera até então mais de um milhão de exemplares. Mas Houaiss confrontava-se com uma “pequena” dificuldade técnica: para ultrapassar as marcas de Aurélio, o seu dicionário teria de galgar as fronteiras do Brasil e impor-se em todo o mundo lusófono como obra de referência. E para tanto era preciso “unificar a Língua”…</div>
<div style="margin: 0px 0px 23px; text-align: justify;">
Membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), onde sucedeu a Álvaro Lins (diplomata “progressista” que nos anos 50 provocara uma crise diplomática entre Brasília e Lisboa ao conceder asilo político a Humberto Delgado na embaixada brasileira em Portugal), Houaiss começou a congeminar um projecto de “unificação ortográfica” logo em 1985, com o auxílio do filólogo Mauro de Salles Villar.</div>
<div style="margin: 0px 0px 23px; text-align: justify;">
No início de 1986, Houaiss promoveu no Rio de Janeiro os primeiros “Encontros para a Unificação Ortográfica da Língua Portuguesa”, que haveriam de arrastar-se até 1990. O dicionarista obtivera para isso “carta branca da ABL”, segundo referiu José Carlos de Azeredo, professor do Instituto de Letras da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, em entrevista ao jornal digital brasileiro UOL. “O Antônio Houaiss era o único representante brasileiro”, especificou.</div>
<blockquote style="border-left-style: none; margin: 42px 0px; padding: 0px; position: relative;">
<div style="color: #ed1c24; font-family: 'Roboto Condensed', sans-serif; font-size: 36px; font-style: italic; font-weight: normal; line-height: 40px; margin: 0px; padding-top: 0px; text-align: center;">
Máquina política e comercial</div>
</blockquote>
<div style="margin: 0px 0px 23px; text-align: justify;">
De início, a intelectualidade dos dois lados do Atlântico fez vista grossa à flagrante coincidência entre o autor da ideia de “unificar a Língua” e o potencial autor do primeiro grande dicionário da Língua “unificada”. Só depois, por fugas de informação, a comunidade científica se apercebeu da monstruosidade do propósito. Mas a máquina política e comercial já estava em marcha…</div>
<div style="margin: 0px 0px 23px; text-align: justify;">
Em 1990, os representantes dos PALOPs são levados a subscrever um primeiro tratado com vista à “uniformização” da ortografia. E Antônio Houaiss e Salles Villar embrenham-se na elaboração da sua obra-prima. De caminho, Houaiss vinha publicando outros livros, de carácter mais partidário, como “O fracasso do conservadorismo”, “Brasil-URSS 40 anos do estabelecimento de relações diplomáticas”, “Socialismo e liberdade” ou “Socialismo – Vida, morte e ressurreição”. Creditava-se, assim, como político, condição que assumiu plenamente ao integrar o governo socialista de Itamar Franco, na sequência do ‘impeachment’ do presidente Collor de Melo.</div>
<div style="margin: 0px 0px 23px; text-align: justify;">
Por esta altura, tornara-se óbvia a falta de entusiasmo dos intelectuais brasileiros quanto a uma reforma da ortografia. Um primeiro acordo fora assinado, é certo, mas previa-se um longo e difícil caminho até à sua promulgação final no Brasil. Na própria Academia Brasileira de Letras, muitos eram os académicos que se manifestavam contra o projecto. Um deles, o conhecido gramático Evanildo Bechara, afirmava mesmo: “Deus nos livre desta monstruosidade”.</div>
<div style="margin: 0px 0px 23px; text-align: justify;">
Que fazer? A generalidade dos cientistas opunha-se ao acordo, mas este estava assinado e podia, ainda que informalmente, ser “imposto” através da divulgação massiva de um “novo dicionário” usando as “novas regras”. E se essa divulgação pudesse ser feita pelo próprio Estado, tanto melhor. Foi este o caminho escolhido pelos defensores dessa “nova língua” a que em Portugal logo se pôs a alcunha de “acordês”.</div>
<blockquote style="border-left-style: none; margin: 42px 0px; padding: 0px; position: relative;">
<div style="color: #ed1c24; font-family: 'Roboto Condensed', sans-serif; font-size: 36px; font-style: italic; font-weight: normal; line-height: 40px; margin: 0px; padding-top: 0px; text-align: center;">
Ministro socialista</div>
</blockquote>
<div style="margin: 0px 0px 23px; text-align: justify;">
<a href="http://jornaldiabo.com/wp-content/uploads/2015/12/digitalizar0057.jpg" style="color: #ed1c24; margin-bottom: 0px; text-decoration: none !important;"><img alt="digitalizar0057" class="size-medium wp-image-6405 alignright" height="300" src="http://jornaldiabo.com/wp-content/uploads/2015/12/digitalizar0057-224x300.jpg" style="border: 0px; display: block; float: right; height: auto; margin-bottom: 6px; margin-left: 23px; margin-top: 6px; max-width: 100%; vertical-align: middle;" width="224" /></a>Houaiss era agora ministro da Cultura de Itamar Franco. Numa entrevista concedida ao programa televisivo Roda Viva, da TVCultura, em 16 de Novembro de 1992, o dicionarista deixou claro o seu propósito de dinamizar “um instituto que, por iniciativa do Estado, fizesse na área da cultura do livro aquilo que a cultura privada não queria fazer”. E confessou, indo direito ao assunto: “A Fundação de Assistência ao Estudante (FAE) tem uma capacidade de distribuição acima de qualquer distribuidora de livros no Brasil. E ela, a título não oneroso, poderá fazer isso para os editores privados, que terão seu livros circulando pelo Brasil inteiro, com uma diminuição de carga de despesas bem substancial. Essa é a linha que eu estou imaginando poder fazer”.</div>
<div style="margin: 0px 0px 23px; text-align: justify;">
Durante essa entrevista, o escritor Ivan Ângelo ainda tentou introduzir a questão em que toda a gente pensava mas poucos se atreviam a colocar. “Parece que há grandes grupos da indústria cultural, nos dois países, Brasil e Portugal, interessados no acordo, porque isso fará com que se abra um mercado dos países africanos, para dicionários, fascículos, livros escolares, livros didácticos”, sugeriu o romancista. E perguntou com candura: “O senhor sente ou já sentiu alguma vez a presença dessa indústria cultural no favorecimento, ou no apressamento, ou algum ‘lobby’ para que esse acordo saia o mais breve possível para aumentar os seus negócios internacionais?”.</div>
<div style="margin: 0px 0px 23px; text-align: justify;">
Mas Houaiss deixou a pergunta sem resposta directa. Em contrapartida, reconheceu que “aspirava”, com o seu “vocabulário ortográfico pan-lusofônico”, chegar a “20% da população, tendencialmente 25, 26, 27%”. E isto só poderia conseguir-se com o auxílio do Estado na distribuição de exemplares pelas escolas e organismos oficiais.</div>
<div style="margin: 0px 0px 23px; text-align: justify;">
Surpreende a franqueza com que Houaiss confessou, na mesma entrevista: “Eu evidentemente tenho subjacente em mim uma direcção socializante, certas visões de relevo derivam dessa minha própria formação”. E, assim, o autor da ideia da “unificação ortográfica” e autor do primeiro dicionário comercial baseado nessa ideia tornava-se agora, como ministro, o promotor desse mesmo dicionário através dos organismos estatais da sua tutela.</div>
<div style="margin: 0px 0px 23px; text-align: justify;">
E não era desprezível, o auxílio que a FAE podia prestar aos editores comerciais de dicionários. Criado em 1983, este organismo tinha a seu cargo a aquisição, difusão e distribuição gratuita de livros didácticos destinados aos alunos das redes públicas de ensino, excluindo expressamente da lista as obras “desactualizadas”. Era uma pescadinha de rabo na boca.</div>
<blockquote style="border-left-style: none; margin: 42px 0px; padding: 0px; position: relative;">
<div style="color: #ed1c24; font-family: 'Roboto Condensed', sans-serif; font-size: 36px; font-style: italic; font-weight: normal; line-height: 40px; margin: 0px; padding-top: 0px; text-align: center;">
O aliado português</div>
</blockquote>
<div style="margin: 0px 0px 23px; text-align: justify;">
Entretanto, Houaiss garantira em Portugal a colaboração de um aliado providencial: o linguista João Malaca Casteleiro. Oriundo da área de Filologia Românica, Casteleiro era desde 1981 professor da Universidade de Lisboa e participara, em representação da Academia das Ciências, no primeiro Encontro para a Unificação Ortográfica da Língua Portuguesa, em 1986.</div>
<div style="margin: 0px 0px 23px; text-align: justify;">
Preparando as grandes alterações que o acordo ortográfico fazia adivinhar, e enquanto Houaiss trabalhava no Brasil para concluir o seu opus magnum, Malaca Casteleiro lançou-se em Lisboa à tarefa de coordenar um “Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea” patrocinado pela Academia das Ciências, incluindo estrangeirismos, coloquialismos, brasileirismos e africanismos.</div>
<div style="margin: 0px 0px 23px; text-align: justify;">
A tentativa não lhe correu bem: ao fim de mais de dez anos de trabalho (financiado pela Fundação Gulbenkian e pelo Ministério da Educação), o “Dicionário da Academia” era acolhido pelo público e pela comunidade académica com uma indiferença gelada. Em 2006, aquando do lançamento comercial da obra, pela Editorial Verbo, o próprio editor reconhecia: “o Dicionário tem falhas, tem lacunas e precisa de ser urgentemente revisto”.</div>
<div style="margin: 0px 0px 23px; text-align: justify;">
Na sequência do malogro, Malaca Casteleiro foi afastado da presidência do Instituto de Lexicologia e Lexicografia da Academia e dedicou-se à elaboração de dicionários de edição comercial, utilizando a “nova ortografia” que ele próprio ajudara a definir e chegara a recomendar oficialmente, em nome da Academia.</div>
<div style="margin: 0px 0px 23px; text-align: justify;">
Em 2007 solicitou (e obteve) um financiamento público de 70 mil euros para elaborar um “Dicionário Ortográfico e de Pronúncias do Português Europeu”, com a participação de uma empresa privada de edição de livros, a Opifício Limitada. Entretanto, surgira em 2002 como coordenador da versão nacional do “Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa”, que já teve edições pelo Círculo de Leitores e pela Temas & Debates.</div>
<blockquote style="border-left-style: none; margin: 42px 0px; padding: 0px; position: relative;">
<div style="color: #ed1c24; font-family: 'Roboto Condensed', sans-serif; font-size: 36px; font-style: italic; font-weight: normal; line-height: 40px; margin: 0px; padding-top: 0px; text-align: center;">
Vasco Graça Moura acusa</div>
</blockquote>
<div style="margin: 0px 0px 23px; text-align: justify;">
Ainda em 2012, o escritor Vasco Graça Moura, recentemente falecido, escrevia (no Diário de Notícias) que “o professor Malaca tem-se especializado em produções de medíocre qualidade, como o famigerado e redutor dicionário da Academia das Ciências, abominável exercício de encolhimento do português contemporâneo”. E Madalena Homem Cardoso, destacada activista anti-acordo ortográfico, escrevia no seu ‘blog’ na internet sobre os dois grandes promotores do “acordês” no Brasil e em Portugal: “O que é que existe em comum entre Malaca Casteleiro e Houaiss? Ambos têm raízes genealógicas fora da cultura de língua portuguesa.</div>
<div style="margin: 0px 0px 23px; text-align: justify;">
Houaiss foi filho de pais emigrantes libaneses chegados ao Brasil sem saber falar uma palavra de português. Malaca Casteleiro tem a suas raízes genealógicas na ex-Índia portuguesa, onde o português nunca foi língua comum. Para nenhum deles, portanto, o Português é Língua Materna; não o é, pelo menos, com a profundidade/densidade/qualidade que ela tem para a maioria de nós. Isto é importante que se diga, para que se compreenda esta evidente leviandade no delapidar de um património tão rico”.</div>
<div style="margin: 0px 0px 23px; text-align: justify;">
Entretanto falecera no Brasil (em 1999, com 83 anos) o primeiro e principal promotor do acordo ortográfico, Antônio Houaiss. À data do seu passamento, o acordo era ainda uma incerteza: assinado pelo governo de Brasília, não entrara ainda em vigor e cresciam à sua volta as vozes críticas.</div>
<div style="margin: 0px 0px 23px; text-align: justify;">
Mas Mauro de Salles Villar prosseguia na elaboração do “Dicionário Houaiss”, certo de que (como veio a suceder) as autoridades brasileiras colaborariam na sua compra e difusão. Prudentemente, Antônio Houaiss criara em 1997 um “Instituto” com o seu nome, em cuja delegação portuguesa passou a pontificar Malaca Casteleiro.</div>
<div style="margin: 0px 0px 23px; text-align: justify;">
Acontecesse o que acontecesse com o acordo, o projecto de edição comercial mantinha-se, agora no âmbito do “Instituto Antônio Houaiss de Lexicografia”, com sede no Rio de Janeiro, e da “Sociedade Houaiss Edições Culturais”, sediada em Lisboa. Apesar das designações de sabor científico, trata-se de duas empresas de responsabilidade limitada. O Instituto, no Rio de Janeiro, passou entretanto a editar freneticamente, estando hoje massificados o “Dicionário Houaiss” (concluído em 2001), o “Mini Houaiss”, o “Meu Primeiro Dicionário Houaiss”, o “Dicionário Houaiss de Sinônimos e Antônimos” e uma miríade de outros títulos, como “Gramática Houaiss” e “Escrevendo pela nova ortografia/Como usar as regras do novo acordo ortográfico da língua portuguesa”. O negócio continua.</div>
<blockquote style="border-left-style: none; margin: 42px 0px; padding: 0px; position: relative;">
<div style="color: #ed1c24; font-family: 'Roboto Condensed', sans-serif; font-size: 36px; font-style: italic; font-weight: normal; line-height: 40px; margin: 0px; padding-top: 0px; text-align: center;">
Golpe e negócio</div>
</blockquote>
<div style="margin: 0px 0px 23px; text-align: justify;">
No final dos anos 90, contudo, havia razões para pensar que o acordo ortográfico corria o risco de “não passar” no Brasil. Muitos escritores, professores e académicos manifestavam reservas, e a própria Academia Brasileira de Letras resistia à sua promulgação. O acordo estava esquecido, e era provável que nunca entrasse em vigor. Foi então que, em 2006, ao tempo da presidência do esquerdista Lula da Silva, antecessor de Dilma Rousseff à frente dos destinos do Brasil, uma reviravolta acabou por impor aos brasileiros, gostassem ou não, a “unificação ortográfica”. Quem o conta é o professor Sérgio de Carvalho Pachá, então lexicógrafo-chefe da Academia Brasileira de Letras (ABL), em entrevista a Sidney Silveira, do Instituto Angelicum de Filosofia.</div>
<div style="margin: 0px 0px 23px; text-align: justify;">
Respondendo à pergunta “Quem foi a pessoa que promoveu este golpe?”, Pachá revelou: “A Academia elegeu um homem que, por temperamento, gostava de aparecer nos Media, na televisão [Marcos Vinícios Vilaça, presidente da ABL em 2006-2007 e 2010-1011]. Uma das primeiras providências desse senhor foi criar um escritório de divulgação, dirigido por um indivíduo cuja função fosse promover as autoridades da ABL nos Media, através de menções nos jornais e na televisão. Este homem era pago, muito bem pago, para ‘badalar’ a Academia. Um belo dia, este indivíduo ouviu dizer que dormia nas gavetas, havia mais de dez anos, um projecto de ‘unificação’ ortográfica. Este homem não era professor de Português, não era linguista, não era filólogo: era um jornalista [Antônio Carlos Athayde, assessor de Imprensa da ABL]. Ele ouvir dizer [que havia esse projecto] e logo pensou em ‘unificar tudo’. Ele correu para o presidente e disse: ‘presidente, eu tive uma ideia que não vai tirar mais a ABL dos Media. Nós vamos promover a unificação ortográfica’. E o presidente, que não entendia absolutamente nada de ortografia ou de sistemas ortográficos, imediatamente comprou aquela ideia genial e a Academia mais que depressa começou a promover a ‘unificação’ ortográfica”.</div>
<div style="margin: 0px 0px 23px; text-align: justify;">
Para esta reviravolta muito contribuiu o gramático Evanildo Bechara, que começara por ser um dos mais acérrimos críticos do acordo e que em 2006 mudou repentinamente de opinião e passou a defendê-lo. Só um pouco mais se tarde se percebeu porquê: em breve era publicado o seu livro “O que muda com o novo acordo ortográfico”, vendido aos milhares pela editora brasileira Nova Fronteira…</div>
<div style="margin: 0px 0px 23px; text-align: justify;">
Conclui Sérgio de Carvalho Pachá: “Eles tinham já o gramático de plantão, o ortógrafo de plantão, que se transformou no grande propagandista da ‘unificação’ que não unifica coisa nenhuma. Para quê chamar outros filólogos, que poderiam introduzir controvérsia? […] A ABL não fez isso com o intuito generoso de unificar as grafias da Língua Portuguesa. Não: foi um golpe de publicidade […]. Foi vender gato por lebre. Foi uma balela desde o começo […], uma fraude”. Não tardou muito que o lexicógrafo-chefe da Academia Brasileira de Letras fosse despedido e Lula da Silva decretasse o uso compulsivo do “novo Português” em todo o Brasil.</div>
<div style="margin: 0px 0px 23px; text-align: justify;">
Em Portugal, o acordo ortográfico foi introduzido no dia-a-dia da administração pública e do ensino oficial, mas a sua aplicação definitiva e vinculativa só terá efeito a partir do momento em que estiver ratificado por todos os países lusófonos. Falta que Angola o faça, e em Luanda crescem as dúvidas sobre se isso algum dia virá a acontecer. A decana da Faculdade de Letras da Universidade Agostinho Neto e ex-directora executiva do Instituto Internacional de Língua Portuguesa, Amélia Mingas, resumiu desta forma a opinião da comunidade académica do seu país: “o governo angolano é o único que não ratificou [o acordo ortográfico] e eu estou plenamente de acordo com isso, porque a variação que a língua portuguesa sofreu no nosso país não está ali considerada”.</div>
<div style="margin: 0px; text-align: justify;">
O poder dos negócios e da política parece, até hoje, ter vingado. Mas nem tudo está perdido.</div>
</div>
</div>
</div>
</div>
</div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2346487083580201992.post-76886740667097781452015-05-16T08:56:00.002-07:002015-05-16T08:56:13.944-07:00Conheça os cursos superiores em que Portugal é mais forte<h3 class="lead" style="text-align: justify;">
Universidade do Porto é a instituição portuguesa em melhor posição. Ranking inclui também Coimbra, Lisboa, Nova e Minho.</h3>
<div class="thumb" style="text-align: center;">
<img alt="Conheça os cursos superiores em que Portugal é mais forte" data-format="png" data-hash="6f5f76eced0cf094bf98265b0cf35490" data-src="http://economico.sapo.pt/public/uploads/articles/1_novo_site/card_pessoas_estudantes.jpg" src="http://thumbs.web.sapo.io/?pic=http%3A%2F%2Feconomico.sapo.pt%2Fpublic%2Fuploads%2Farticles%2F1_novo_site%2Fcard_pessoas_estudantes.jpg&Q=80&crop=center&errorpic=transparent&W=426&hash=6f5f76eced0cf094bf98265b0cf35490&png=1" /></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Porto,
Coimbra, Lisboa, Nova e Minho são as cinco universidades portuguesas
que aparecem, em 2015, nas listas QS das melhores universidades do mundo
por áreas de ensino e investigação. E há portuguesas em 20 das 36 áreas
analisadas pelo QS‘Top Universities', o que equivale a 56%.<br /><br />A
análise destas tabelas (ver infografia em baixo) permite concluir ainda
que a área onde Portugal tem mais universidades é Medicina (quatro). A
seguir, com três presenças portuguesas, estão Engenharia Civil,
Ambiente, Matemática e Línguas Modernas. <br /><br />Outra conclusão que é
possível tirar são as áreas onde Portugal alcança uma colocação mais
elevada, ou seja, antes da 150ª posição. São elas Porto em Agricultura;
Porto, Coimbra e Minho em Engenharia Civil; Coimbra e Lisboa em
Geografia; e Lisboa em Línguas Modernas. Engenharia Civil da
Universidade do Porto é o único curso português que consegue estar antes
da 100ª posição. A universidade portuguesa que aparece em mais áreas no
"QSWorld University Ranking by Subject" é a do Porto: 13 vezes, seguida
de Coimbra em dez, Lisboa em sete, Nova em cinco, e Minho numa
área.Porto é também a que aparece mais vezes como a mais bem colocada a
nível nacional.<br /><br />AUniversidade do Porto aparece em Engenharia
Química, Engenharia Electrotécnica, Engenharia Mecânica, Agricultura e
Silvicultura, Farmácia e Farmacologia, Ambiente, Línguas Modernas,
Informática, Biologia, Medicina, Química e Matemática. A Universidade de
Coimbra surge em Engenharia Civil, Ambiente, Geografia, História,
Direito, Biologia, Química, Matemática, Medicinae Línguas Modernas. Já
aUniversidade de Lisboa aparece em Geografia, Línguas Modernas,
Estatística, Inglês e Literatura, Matemática, Medicina e Física e
Astronomia. Quanto à Universidade Nova surge em Contabilidade e
Finanças, Engenharia Química, Ambiente, Medicina e Química. Por último, a
Universidade do Minho consta em Engenharia Civil.<br /><br />No ‘ranking'
geral de universidades divulgado em Setembro passado pela QS - que ainda
não foi divulgado em 2015 -, a universidade portuguesa melhor colocada é
a do Porto na 293ª posição, aNova em 312º lugar, Coimbra em 351º,
Lisboa entre a 501ª e a 550ª posição e a Católica entre a 601ª e a 650ª.
<br /><br />Nas melhores do mundo, aparecem neste ‘ranking' geral o MIT
(1º), Cambridge (2º), Imperial College de Londres (3º) e depois , com os
Estados Unidos e o Reino Unido a dominarem o ‘top ten', Harvard,
Oxford, University College de Londres, Stanford, California Institute of
Technology (Caltech), Princeton e Yale. <br /><br />A empresa Quacquarelli Symonds publica vários ‘rankings' de universidades de todo o mundo em www.topuniversities.com.</div>
<div style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: xx-small;">In Económico, 16/05/2015</span></b></div>
Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2346487083580201992.post-20473467090106325042015-04-17T15:57:00.003-07:002015-04-17T15:57:34.838-07:00Nova associação de professores rejeita acordo ortográfico nos exames nacionais<h1 class="entry-title" itemprop="name">
</h1>
<div class="entry-meta">
</div>
<div class="entry-blurb" itemprop="description">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><b><span style="font-family: Verdana,sans-serif;">A defesa da possibilidade de os estudantes utilizarem, este ano,
ambas as grafias, nas provas nacionais, é a primeira iniciativa da nova
associação, a Anproport.</span></b></span></div>
</div>
<div style="text-align: center;">
<figure>
<a data-fancybox-type="image" data-toggle="fancybox" href="http://imagens5.publico.pt/imagens.aspx/916055?tp=UH&db=IMAGENS" title="Aumentar">
<img alt="" height="265" itemprop="image" src="http://imagens5.publico.pt/imagens.aspx/916055?tp=UH&db=IMAGENS&w=749" width="400" />
</a><span style="font-size: xx-small;">
</span><figcaption><span style="font-size: xx-small;">Fernando Nabais, presidente de nova associação de professores de Português </span><span class="credit"><span style="font-size: xx-small;">Paulo Pimenta</span> </span></figcaption>
</figure></div>
<div style="text-align: justify;">
A primeira iniciativa da direcção da
Associação Nacional de Professores de Português (Anproport), que este
sábado faz a sua apresentação pública, será reclamar junto do Ministério
da Educação e Ciência (MEC) que seja permitido o uso da grafia de 1945
aos estudantes que este ano fazem exames nacionais de Português. O
presidente, Fernando Nabais, argumenta calendário de aplicação à
avaliação externa do Acordo Ortográfico de 1990 (AO90) foi estabelecido
“na expectativa de que a nova grafia estaria, nesta altura, consolidada,
o que está muito longe de se verificar”.</div>
<div class="SubCaixaContainer" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 1.6em;">“A Anproport
não foi criada contra o AO90 nem se afirma contra ele. Mas defende que o
acordo deve ser debatido e avaliado e que, se se concluir que é
prejudicial, deverá revogado”, disse Fernando Nabais, em declarações ao
PÚBLICO. Sublinhava, assim, um dos pontos em que a Anproport se
distingue da Associação de Professores de Português (APP), criada em
1977, cuja actual presidente, Edviges Ferreira, afirmou, recentemente,
que “se o MEC determina que o AO90 é para cumprir, [os professores] só
têm de obedecer”.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
Segundo Fernando Nabais, a perspectiva da
nova associação é que “nada passa a ser positivo pelo único facto de
estar legislado. No que respeita à ortografia, em particular, diz, “o
que actualmente se verifica é o caos, que resulta da utilização
simultânea de ambas as grafias e do que não é uma coisa nem outra”. “Não
é invulgar depararmos com palavras que não existem na publicidade, nas
legendas da televisão e até em documentos oficiais”, repara. Considera
que a situação é especialmente grave em relação aos alunos do 12.º ano,
para os quais uma centésima a menos ou a mais pode determinar a entrada
ou não num curso do ensino superior. Isto porque, no limite, os
estudantes podem perder até quatro valores (em 20) devido a erros
ortográficos, sublinha.</div>
<div style="text-align: justify;">
Outro dos motivos que Fernando Nabais
aponta para que parte dos docentes da disciplina não se reveja na mais
antiga associação profissional, é a postura daquela face “ao regresso
dos clássicos e à revalorização da história da literatura e da própria
literatura” no novo programa do ensino secundário, que será aplicado
pela primeira vez no próximo ano lectivo.</div>
<div style="text-align: justify;">
“Ouvimos a presidente da
APP defender que do programa deviam constar autores mais recentes e
mais próximos da realidade dos alunos, que de contrário passarão a
detestar a disciplina. Já nós consideramos inaceitável que um aluno
possa fazer 12 anos de escolaridade sem saber que D. Dinis ou Fernão
Lopes escreveram uma linha. Quando se toma este tipo de decisões, o
critério não pode ser se os alunos se identificam ou não imediatamente
com as obras”, disse, defendendo “o rigor e a exigência”.</div>
<div style="text-align: justify;">
Contactada
pelo PÚBLICO, a presidente da APP, Edviges Ferreira, assegurou que a
direcção da associação se fará representar na apresentação pública da
Anproport, marcada para as 11h deste sábado na Biblioteca da Escola
Secundária Pedro Nunes, em Lisboa. “Na medida em que tem nos seus órgãos
sociais os autores das metas e dos novos programas de Português, é
muito natural que as pessoas que integram a nova associação não se
revejam nas posições da APP, que os tem contestado publicamente. Mas
isso não tem mal nenhum, tornará o debate mais interessante, pelo que
fazemos questão de estar presentes e de desejar as maiores felicidades
aos nossos colegas”, afirmou.</div>
<div style="text-align: justify;">
Quanto ao AO90, Edviges Ferreira
esclareceu que “a APP nunca tomou uma posição favorável ou desfavorável”
por entre os seus associados “não existir unanimidade em relação ao
assunto”. Segundo diz, “existindo professores de Português que concordam
com a aplicação do AO90 e outros que discordam”, “a única posição
possível da associação é colocar isso em segundo plano e proteger
alunos, cumprindo a lei e os despachos que determinam que este ano o
AO90 é aplicado na avaliação externa”.</div>
<div style="text-align: justify;">
Em relação ao programa do
secundário, Edviges Ferreira recordou o parecer da APP feito na altura
da sua apresentação. Nessa ocasião, a presidente da APP criticou o
elevado número de obras literárias incluído no programa, o facto de
aquele ser excessivamente extenso e prescritivo (com a indicação de
capítulos específicos de cada obra e até de excertos e de poemas) e a
sua alegada desadequação, por exemplo, a alunos do 10.º de escolaridade,
“um ano crítico, marcado por altos níveis de insucesso, por
corresponder a uma fase de transição e por as turmas serem muito
heterogéneas”.</div>
<div style="text-align: justify;">
A APP já se manifestoum também contra o novo
programa de Português e Metas Curriculares para o Ensino Básico, cuja
consulta pública terminou esta sexta-feira. Defendeu, em concreto, a sua
não homoligação, por considerar que o documento "tem erros educativos e
científicos". A Anproport não emitiu qualquer parecer sobre esse ou
outros assuntos, disse Fernando Nabais, que adiantou que essas serão
tarefas para desenvolver nos próximos meses.</div>
<b><span style="font-size: xx-small;"><span class="author vcard" itemprop="author" itemscope="" itemtype="http://schema.org/Person"><span class="fn" itemprop="name"><a class="url" href="http://www.publico.pt/autor/graca-barbosa-ribeiro" itemprop="url" rel="author" title="Mais artigos de Graça Barbosa Ribeiro">In Público, por Graça Barbosa Ribeiro</a></span></span>, 17/04/2015</span></b>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2346487083580201992.post-3159451573272534792014-11-14T15:27:00.000-08:002014-11-14T15:27:00.885-08:00 Acção judicial popular contra Acordo Ortográfico <div style="text-align: justify;">
<span class="author vcard" itemprop="author" itemscope="" itemtype="http://schema.org/Person"><span class="fn" itemprop="name">
</span></span><span class="author vcard" itemprop="author" itemscope="" itemtype="http://schema.org/Person"><span class="fn" itemprop="name"><b>Freitas do Amaral, Manuel Alegre, Pacheco Pereira e Miguel Sousa Tavares
são alguns dos subscritores de uma acção judicial popular contra a
aplicação do Acordo Ortográfico no ensino público.</b> </span></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbBHzmK4UH_8pGJi5qCtWhb1mxW8pgSA8sO-Akw34qlqXQjqBEzvnhh674tHTC7aMvyGFjBu3ndnouJv7EmmVrrEsK1Nyux-UocfLvhm6rvt67k4tUR5XuZZy75IV2bep-Dgkc8QxrQiE/s1600/scrable+pt.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbBHzmK4UH_8pGJi5qCtWhb1mxW8pgSA8sO-Akw34qlqXQjqBEzvnhh674tHTC7aMvyGFjBu3ndnouJv7EmmVrrEsK1Nyux-UocfLvhm6rvt67k4tUR5XuZZy75IV2bep-Dgkc8QxrQiE/s1600/scrable+pt.jpg" height="213" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Mais de uma centena de personalidades de diversas áreas – incluindo
académicos, escritores, músicos, actores e políticos de vários
quadrantes – intentou, no Supremo Tribunal Administrativo, uma acção
judicial popular contra a aplicação do Acordo Ortográfico de 1990 (AO90)
ao sistema de ensino público, do ensino primário ao secundário.</div>
<div class="SubCaixaContainer" style="text-align: justify;">
Manuel Alegre, Diogo Freitas do Amaral, António
Arnaut, António Bagão Félix e Isabel Pires de Lima são alguns dos
ex-governantes que subscrevem a acção, a par de José Pacheco Pereira e
Miguel Sousa Tavares, dos músicos António Victorino d’Almeida, João
Braga, Pedro Abrunhosa, Pedro Barroso ou Rão Kyao, dos escritores
Joaquim Pessoa e Teolinda Gersão, da actriz Lídia Franco ou de
professores e ensaístas, como Miguel Tamen, Raul Miguel Rosado Fernandes
ou o prestigiado camonista e teórico da literatura Vítor Aguiar e
Silva.</div>
<div style="text-align: justify;">
A acção judicial foi patrocinada por Francisco Rodrigues
Rocha, docente da Faculdade de Direito da Universidade Lisboa, e a
respectiva fundamentação foi preparada a partir de pareceres jurídicos
de Ivo Miguel Barroso, docente da mesma faculdade, e de Fernando Paulo
Baptista, filólogo que publicou um livro em que analisa o modo como a
aplicação do AO90, ao impor “a supressão arbitrária” das consoantes “c” e
“p”, contribuiu para distanciar a ortografia portuguesa das principais
línguas europeias, do castelhano, francês, italiano ou romeno ao inglês e
alemão.</div>
<div style="text-align: justify;">
Este mesmo conjunto de pessoas interpôs também um
requerimento à Procuradora-Geral da República, solicitando que o
Ministério Público intente uma acção pública contra a "imposição
inconstitucional" do AO90.</div>
<div style="text-align: justify;">
Duas iniciativas que se vêm somar à
queixa contra o AO90 que Ivo Miguel Barroso fez chegar no final de 2001
ao Provedor de Justiça e que não teve, até ao momento, qualquer
resposta.</div>
<div style="text-align: justify;">
Se a acção popular vier a obter uma decisão favorável do
tribunal, a aplicação do Acordo Ortográfico de 1990 nos vários escalões
do ensino público, do 1.º ao 12.º ano, será considerada ilegal.</div>
<div class="meta-timestamp published">
<b><span style="font-size: xx-small;">In Público, por <span class="author vcard" itemprop="author" itemscope="" itemtype="http://schema.org/Person"><span class="fn" itemprop="name"><a class="url" href="http://www.publico.pt/autor/luis-miguel-queiros" itemprop="url" rel="author" title="Mais artigos de Luís Miguel Queirós">Luís Miguel Queirós,</a></span></span> </span></b><time class="timestamp value" datetime="14-11-2014 18:44:54" itemprop="dateCreated"><b><span style="font-size: xx-small;">14/11/2014 - 18:4</span></b>4</time></div>
Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2346487083580201992.post-53560437191444307682014-05-03T05:59:00.001-07:002014-05-03T06:00:39.862-07:00Os ventos da liberdade<b>Manuel Alegre</b><br />
<div class="data_hp">
<b><span style="font-size: xx-small;">26-04-2014 </span></b></div>
<div class="data_hp">
</div>
<div class="lead">
Faz hoje 40 anos que as portas de Caxias e de
Peniche se abriram para libertar os presos políticos, num gesto que
confirmou o sentimento de liberdade que irrompeu do 25 de Abril.
Recordemos essa data ouvindo Amália cantar “Meu amor é marinheiro”, de
Manuel Alegre, que anuncia essa libertação:<br />
<b>“Hei-de passar nas cidades </b><br />
<b>como o vento nas areias</b><br />
<b>e abrir todas as janelas </b><br />
<b>e abrir todas as cadeias”.</b><br />
<br />
<br />
<br />
<span style="font-size: x-small;"><i>“Meu amor é marinheiro”,</i></span></div>
<table border="0" class="tab_documentos"><tbody>
<tr><td><span style="font-size: x-small;"><i>Amália Rodrigues, letra de Manuel Alegre, música de Alain Oulman</i></span></td><td><span style="font-size: xx-small;"><br /></span></td><td><span style="font-size: xx-small;"><br /></span>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: xx-small;"><a href="http://www.jukebox.fr/amalia-rodrigues/clip,meu-amor-e-marinheiro,x3rrfs.html">http://www.jukebox.fr/amalia-rodrigues/clip,meu-amor-e-marinheiro,x3rrfs.html</a></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: xx-small;"><br /></span>
</div>
<span style="font-size: xx-small;"><br /></span></td></tr>
</tbody></table>
Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2346487083580201992.post-39216645203433539452014-05-03T05:33:00.006-07:002014-05-03T05:59:28.166-07:00Obrigado por tudo.<a class="_58cn" data-ft="{"tn":"*N","type":104}" href="https://www.facebook.com/hashtag/acordo_ortogr%C3%A1fico?source=feed_text&story_id=486704351431238"><span class="_58cl"><br /></span></a><a class="_58cn" data-ft="{"tn":"*N","type":104}" href="https://www.facebook.com/hashtag/ao90?source=feed_text&story_id=486704351431238"><span class="_58cm"></span></a>
<br />
<div>
<div data-ft="{"tn":"H"}">
<div class="mtm">
<div class="_5cq3" data-ft="{"tn":"E"}">
<a class="_4-eo" href="https://www.facebook.com/photo.php?fbid=486704311431242&set=a.212426635525679.35361.199515723483437&type=1" rel="theater" style="width: 470px;"></a><br />
<div class="uiScaledImageContainer _4-ep" id="u_jsonp_2_6" style="height: 278px; width: 470px;">
<a class="_4-eo" href="https://www.facebook.com/photo.php?fbid=486704311431242&set=a.212426635525679.35361.199515723483437&type=1" rel="theater" style="width: 470px;"><img alt="#acordo_ortográfico #aborto_ortográfico #ao #ao90" class="scaledImageFitWidth img" height="279" src="https://scontent-a-ams.xx.fbcdn.net/hphotos-ash3/t1.0-9/1981805_486704311431242_7271868442375507075_n.png" width="470" /></a></div>
<a class="_4-eo" href="https://www.facebook.com/photo.php?fbid=486704311431242&set=a.212426635525679.35361.199515723483437&type=1" rel="theater" style="width: 470px;">
</a></div>
</div>
</div>
</div>
<form action="/ajax/ufi/modify.php" class="commentable_item hidden_add_comment" data-ft="{"tn":"]"}" id="u_jsonp_2_c" method="post" rel="async">
<div class="clearfix">
<div class="_5pcp _5vsi lfloat _ohe">
<br /><a class="UFIBlingBox uiBlingBox feedbackBling" data-ft="{"tn":"O"}" data-reactid=".g" href="https://www.facebook.com/photo.php?fbid=486704311431242&set=a.212426635525679.35361.199515723483437&type=1" rel="ignore"><span data-reactid=".g.$reshare"><span class="UFIBlingBoxText" data-reactid=".g.$reshare.1"></span></span></a></div>
</div>
</form>
Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2346487083580201992.post-44660646106591146322014-03-01T15:03:00.001-08:002014-03-01T15:03:12.351-08:00A AR recusou, mais uma vez, rever a entrada em vigor do Acordo Ortográfico«A AR recusou, mais uma vez, rever a entrada em vigor do Acordo
Ortográfico, escudando-se, em contrapartida, atrás de uma vaga resolução
de efeito útil nulo. Já passou pela mão de todos os deputados e
governantes uma lista impressionante de nomes de escritores,
professores, académicos ou jornalistas – os que usam a língua
profissionalmente – que não deixa qualquer dúvida de que apenas uma
minoria, e já sem quaisquer argumentos válidos, continua a sustentar
este crime. É como <span class="text_exposed_show">se, à revelia de médicos, Governo e deputados entendessem regulamentar as condições técnicas do exercício da medicina.</span><br /><span class="text_exposed_show">
Mas a língua é ainda mais do que o instrumento de trabalho de quem
escreve profissionalmente, pois é também um factor de unidade e
identidade nacionais determinante. Há, pois, qualquer coisa de
misterioso e estranho por trás da teimosia de governantes e deputados,
de todos os partidos, em não ceder aos constantes apelos que de todos os
lados recebem. Mais estranho ainda é nem sequer se darem ao trabalho de
explicar quais as ponderosas razões de Estado que os levam a vender a
língua que é a nossa. Como se isso não fosse importante. Ou como se não
devessem qualquer explicação aos portugueses, mesmo depois de verem
países como Angola, Brasil e Moçambique resistirem ao AO. É nestas
alturas, e como último recurso, que eu gostava de ter um Presidente da
República que, no uso da sua função de garante da independência nacional
(de que a preservação da língua é parte indissociável), puxasse do
artigo 120º da Constituição e matasse de vez esta vergonha. Mas,
infelizmente, também não é o caso.»</span><br /><span class="text_exposed_show"></span><span class="text_exposed_show"> <br /> Miguel Sousa Tavares, Expresso, 01/03/2014<br /> </span>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2346487083580201992.post-68547812402967771102013-11-05T10:02:00.000-08:002013-11-05T10:02:01.085-08:00O Equador e o petróleo<h2 align="JUSTIFY" class="western" style="background: #f3f6d7; border: none; font-weight: normal; line-height: 0.82cm; margin-bottom: 0.13cm; margin-left: 0.29cm; margin-top: 0.13cm; padding: 0cm;">
<br /></h2>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0.13cm; margin-left: 0.29cm; margin-top: 0.13cm;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWkh36Q7bHtckSGqa1sht1CnSrTvb0ByvEMV2sBJu6R0yhjU70xK8X_8vCdH8B61bhHxgCf1_0icJN9a70k5cCuwD5j84-KxWRYGbu-IG0KwLn2PawVdWCI2pCn4ZtmH1HcI-DDvLKLAQ/s1600/mario_soares.png" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWkh36Q7bHtckSGqa1sht1CnSrTvb0ByvEMV2sBJu6R0yhjU70xK8X_8vCdH8B61bhHxgCf1_0icJN9a70k5cCuwD5j84-KxWRYGbu-IG0KwLn2PawVdWCI2pCn4ZtmH1HcI-DDvLKLAQ/s200/mario_soares.png" width="152" /></a><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><b>1</b>
O Equador é um estado latino-americano, voltado para o Pacífico, a
que pertencem as célebres ilhas Galápagos. Tem quatro vezes a
extensão de Portugal mas é talvez dos países mais pequenos da
América Latina.</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0.13cm; margin-left: 0.29cm; margin-top: 0.13cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A
capital, Quito, fica num dos pontos mais altos do país e é uma
cidade de extrema beleza, que visitei duas ou três vezes.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0.13cm; margin-left: 0.29cm; margin-top: 0.13cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O
seu presidente Rafael Correa é um político progressista, que tem
dado à população mais pobre do Equador um grande impulso. É
respeitado e popular. Mas o Equador é dotado de petróleo, o que tem
sido, de certo modo, uma desgraça para o país.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0.13cm; margin-left: 0.29cm; margin-top: 0.13cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Isso
faz-me lembrar o tempo do salazarismo, em que um ministro, muito
alegre, veio dar ao ditador a notícia de que havia petróleo em
Angola. E Salazar levou as mãos à cabeça e comentou: "Que
outra desgraça havia de nos acontecer..."</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="border: none; line-height: 0.32cm; margin-bottom: 0.13cm; margin-left: 0.29cm; margin-top: 0.13cm; padding: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Vem
isto a propósito de que no Equador houve uma petrolífera americana
de</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="border: none; line-height: 0.32cm; margin-bottom: 0.13cm; margin-left: 0.29cm; margin-top: 0.13cm; padding: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> nome Chevron/Texaco, que entre 1964 e 1992 desenvolveu as suas
atividades</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="border: none; line-height: 0.32cm; margin-bottom: 0.13cm; margin-left: 0.29cm; margin-top: 0.13cm; padding: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> nas províncias de Sucumbios e de Orellana, na região
amazónica, uma das zonas </span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="border: none; line-height: 0.32cm; margin-bottom: 0.13cm; margin-left: 0.29cm; margin-top: 0.13cm; padding: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">com maior biodiversidade do planeta.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="border: none; line-height: 0.32cm; margin-bottom: 0.13cm; margin-left: 0.29cm; margin-top: 0.13cm; padding: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A
Texaco, ao que me dizem, derramou cerca de 71 milhões de resíduos
de </span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="border: none; line-height: 0.32cm; margin-bottom: 0.13cm; margin-left: 0.29cm; margin-top: 0.13cm; padding: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">petróleo e 64 milhões de petróleo em bruto em mais de dois
milhões de hectares </span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="border: none; line-height: 0.32cm; margin-bottom: 0.13cm; margin-left: 0.29cm; margin-top: 0.13cm; padding: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">na Amazónia equatoriana, tal como determinou um
tribunal equatoriano, depois </span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="border: none; line-height: 0.32cm; margin-bottom: 0.13cm; margin-left: 0.29cm; margin-top: 0.13cm; padding: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">de nove anos de processo judicial.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0.13cm; margin-left: 0.29cm; margin-top: 0.13cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Este
desastre ambiental - e é de um desastre ambiental que se trata - foi
85 vezes maior do que o derrame da British-Petroleum no golfo do
México e 18 vezes maior do que o do Exxon Valdez no Alasca.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0.13cm; margin-left: 0.29cm; margin-top: 0.13cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Trata-se
de uma catástrofe que podia ser evitada facilmente se a petrolífera
não tivesse sido irresponsável e não tivesse utilizado - para
gastar menos - técnicas obsoletas. A Chevron/Texaco, ao que parece,
violou o contrato de exploração que se comprometia a utilizar
tecnologias de reinjecção segura dos resíduos tóxicos no subsolo.
Para quê? Para maximizar os seus enormes benefícios económicos,
utilizando no Equador uma tecnologia que já não era utilizada nos
Estados Unidos e que a empresa, tendo prometido diminuir o impacto
negativo das operações hidrocarboríferas, não fez. Se assim
tivesse acontecido tinha evitado a contaminação no Equador.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0.13cm; margin-left: 0.29cm; margin-top: 0.13cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Mas
a Chevron/Texaco fugiu às suas prometidas obrigações ambientais e
foi condenada a pagar uma indemnização de 9,6 mil milhões de
dólares e não cumpriu. Além disso, escondeu muitas piscinas de
resíduos tóxicos, cobrindo--as com capas superficiais e deixando-as
no mesmo estado contaminado, o que tem sido um mal para o povo
equatoriano. A empresa petrolífera processou o Estado equatoriano,
quando este nunca teve nada que ver com o assunto.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0.13cm; margin-left: 0.29cm; margin-top: 0.13cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A
verdade é que a União das Nações Sul-americanas expressou a sua
solidariedade com o povo e o Estado do Equador, vítimas de campanhas
desprestigiantes.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="border: none; line-height: 0.32cm; margin-bottom: 0.13cm; margin-left: 0.29cm; margin-top: 0.13cm; padding: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O
petróleo é sem dúvida nenhuma de grande importância, mas quando
só se </span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="border: none; line-height: 0.32cm; margin-bottom: 0.13cm; margin-left: 0.29cm; margin-top: 0.13cm; padding: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">veem os negócios e o dinheiro e se desprezam as pessoas e os
Estados, tudo </span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="border: none; line-height: 0.32cm; margin-bottom: 0.13cm; margin-left: 0.29cm; margin-top: 0.13cm; padding: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">vai mal. E os Estados Unidos ficaram desclassificados.
Pobre Barack Obama que, </span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="border: none; line-height: 0.32cm; margin-bottom: 0.13cm; margin-left: 0.29cm; margin-top: 0.13cm; padding: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">numa causa destas, não tem qualquer culpa no
cartório. Mas tudo lhe cai em </span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="border: none; line-height: 0.32cm; margin-bottom: 0.13cm; margin-left: 0.29cm; margin-top: 0.13cm; padding: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">cima.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0.13cm; margin-left: 0.29cm; margin-top: 0.13cm;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><b><span style="color: black;">2 </span><span style="color: black;">VIDAS
COM SENTIDO</span></b></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0.13cm; margin-left: 0.29cm; margin-top: 0.13cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Permitam-me
que vos fale da Fundação que represento e que chame a vossa atenção
para a série de conferências intitulada "Vidas com Sentido",
relativas a todos os dirigentes do Partido Socialista já falecidos.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0.13cm; margin-left: 0.29cm; margin-top: 0.13cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Foram
pessoas de grande qualidade humana, política e ética, que nunca se
apropriaram de dinheiros públicos, apesar de terem exercido altos
cargos. Estadistas que gastaram o seu próprio dinheiro com o partido
e foram sempre impolutos. Todos tiveram a preocupação de que ser
estadista nada tem que ver com negócios. Antes pelo contrário. Os
homens de negócios não devem ser estadistas, porque isso implica
uma contradição nos termos...</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0.13cm; margin-left: 0.29cm; margin-top: 0.13cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Essas
sessões de homenagem são feitas às quintas-feiras às 18h00, tendo
começado por Francisco Ramos da Costa, economista, diplomata e
grande militante antifascista; Raul Rêgo, jornalista, Pena de Ouro,
que lhe foi atribuída na Europa pelo caso do jornal República, que
ele dirigia e onde ficou sequestrado com os outros jornalistas no
chamado "Caso República"; o nosso presidente querido
Fernando Valle, que dirigiu com António Arnaut o Congresso, onde a
Acção Socialista se transformou em Partido Socialista; e,
ultimamente, Manuel Mendes que infelizmente morreu antes do 25 de
Abril e não chegou a ser do PS mas apenas da Acção Socialista, e
que se bateu na guerra civil de Espanha, ao lado dos republicanos,
assaltou a esquadra onde é hoje a Faculdade de Economia e Finanças
de Lisboa, para libertar da prisão o diretor da Fazenda Pública que
teve a audácia de fazer entrar os primeiros tanques militares que
houve em Portugal, para uma revolução antissalazarista, como muitas
outras infelizmente frustrada. Foi um verdadeiro seareiro (da revista
Seara Nova) e um autor consagrado de romances, contos, biografias e
também de escultura e artes plásticas. Hoje, está quase esquecido.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="border: none; line-height: 0.32cm; margin-bottom: 0.13cm; margin-left: 0.29cm; margin-top: 0.13cm; padding: 0cm;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O
próximo, na quinta-feira, dia 7, será o advogado e ex-ministro da
Justiça e das</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="border: none; line-height: 0.32cm; margin-bottom: 0.13cm; margin-left: 0.29cm; margin-top: 0.13cm; padding: 0cm;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Finanças (como Afonso Costa, lembrei-lhe eu muitas
vezes), Salgado Zenha,</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="border: none; line-height: 0.32cm; margin-bottom: 0.13cm; margin-left: 0.29cm; margin-top: 0.13cm; padding: 0cm;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">apresentado pelo Presidente Jorge Sampaio.</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0.13cm; margin-left: 0.29cm; margin-top: 0.13cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Estas
homenagens a personalidades já falecidas e que tudo fizeram pela
Pátria, pela República e pelo socialismo democrático, sem receber
nada em troca, sublinho, vão-se prolongar para o próximo ano.
Falamos de verdadeiros estadistas ética e humanamente impolutos e
que, quanto a mim, merecem ser uma referência para as novas
gerações.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0.13cm; margin-left: 0.29cm; margin-top: 0.13cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A
verdade é que nos últimos dois anos e meio a política confunde-se,
cada vez mais, com os negócios e por isso é fácil, a quem não
tenha conhecimento de causa, julgar que todos os políticos são uns
trafulhas ou simples negociantes.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0.13cm; margin-left: 0.29cm; margin-top: 0.13cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Numa
época de crise em que tanta gente é obrigada a emigrar de Portugal
e nem sequer tem dinheiro para dar de comer aos filhos, pode
generalizar-se a ideia de que os políticos são todos uns gatunos.
Ora não são. Há políticos que são (e foram) homens de Estado e
um exemplo do que deve ser um político que ama a sua Pátria e o
povo a que pertence.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0.13cm; margin-left: 0.29cm; margin-top: 0.13cm;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><b><span style="color: black;">3 </span><span style="color: black;">JOHN
KENNEDY</span></b></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="border: none; line-height: 0.32cm; margin-bottom: 0.13cm; margin-left: 0.29cm; margin-top: 0.13cm; padding: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Faz
cinquenta anos que foi assassinado John Kennedy, um político
americano,democrático, ilustre Presidente eleito dos Estados
Unidos, queentusiasmou o mundo e mesmo personalidades difíceis como
De Gaulle, queorecebeu em Paris com extremo respeito e admiração
e muitos outros stadistas e ferentes países.</span></span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Fui,
sem o conhecer, um grande admirador de John Kennedy, que sempre me
pareceu um exemplo de democrata, de homem progressista e com grandes
valores éticos.</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0.13cm; margin-left: 0.29cm; margin-top: 0.13cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Lembro-me
bem do momento em que a notícia do seu assassinato chegou. Era então
um jovem advogado e foi uma jornalista americana, do New York Times,
correspondente em Portugal, Marvine Howe, que me informou. Fiquei
verdadeiramente sem saber o que dizer e fazer. Foi algo que me
impressionou e marcou imenso, para a vida inteira. Sobretudo porque
depois da morte de John Kennedy foi também assassinado o seu irmão
e conselheiro fiel, Robert Kennedy, candidato a Presidente, como o
seu irmão.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0.13cm; margin-left: 0.29cm; margin-top: 0.13cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Como
é possível que um homem na flor da idade, católico praticante (o
que era raro nesse tempo nos Estados Unidos), e de uma família
daquela qualidade, ter sido morto e logo a seguir os assassinos terem
repetido a dose matando o seu irmão, igualmente uma pessoa de enorme
gabarito?</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0.13cm; margin-left: 0.29cm; margin-top: 0.13cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Pareceu-me
qualquer coisa como se a América tivesse desaparecido, bem como a
democracia e o progresso, pelos quais eu, na minha modéstia, também
lutava.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="border: none; line-height: 0.32cm; margin-bottom: 0.13cm; margin-left: 0.29cm; margin-top: 0.13cm; padding: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Passaram
cinquenta anos e a imprensa mundial, que eu saiba, pouco tem falado</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="border: none; line-height: 0.32cm; margin-bottom: 0.13cm; margin-left: 0.29cm; margin-top: 0.13cm; padding: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> dos Kennedy. Houve mais assassinatos, embora diferentes, como o de
Martin</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="border: none; line-height: 0.32cm; margin-bottom: 0.13cm; margin-left: 0.29cm; margin-top: 0.13cm; padding: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> Luther King, herói contra o racismo e pela unidade de todos
os americanos e por</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="border: none; line-height: 0.32cm; margin-bottom: 0.13cm; margin-left: 0.29cm; margin-top: 0.13cm; padding: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> isso Prémio Nobel da Paz.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0.13cm; margin-left: 0.29cm; margin-top: 0.13cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">É
possível que as mortes dos Kennedy, tivessem que ver com a crise dos
mísseis de Cuba e o princípio da Guerra Fria, com a construção do
Muro de Berlim (que anos depois visitei e me fez uma imensa
impressão) e o conflito aceso entre soviéticos e americanos. Estava
então a começar a guerra do Vietname...</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0.13cm; margin-left: 0.29cm; margin-top: 0.13cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Kennedy,
assassinado a 22 de Novembro de 1963, foi um extraordinário
Presidente dos Estados Unidos da América, como hoje é unanimemente
reconhecido, mesmo por alguns republicanos.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0.13cm; margin-left: 0.29cm; margin-top: 0.13cm;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="color: black;">4 </span><span style="color: black;">PORTAS
QUER SER E NÃO SER AO MESMO TEMPO</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0.13cm; margin-left: 0.29cm; margin-top: 0.13cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O
texto longo e confuso que Portas leu na sexta--feira passada e que
não faz qualquer sentido, como escreveu Vasco Pulido Valente, é
realmente, como disse Pacheco Pereira, "um manual para ler no
vazio". Porque, cito, "este papel de Portas não foi tomado
a sério por ninguém a começar pelos seus colegas do Governo"...</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="border: none; line-height: 0.32cm; margin-bottom: 0.13cm; margin-left: 0.29cm; margin-top: 0.13cm; padding: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Vi
e ouvi, com bastante esforço, o discurso que proferiu, muito bem
vestidinho,</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="border: none; line-height: 0.32cm; margin-bottom: 0.13cm; margin-left: 0.29cm; margin-top: 0.13cm; padding: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> como sempre e com grandes sorrisos, mas confesso que
apesar de me esforçar </span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="border: none; line-height: 0.32cm; margin-bottom: 0.13cm; margin-left: 0.29cm; margin-top: 0.13cm; padding: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">por estar atento, quase não compreendi coisa
nenhuma. Era de facto, um guião </span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="border: none; line-height: 0.32cm; margin-bottom: 0.13cm; margin-left: 0.29cm; margin-top: 0.13cm; padding: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">ou melhor, uma salganhada - sem
qualquer sentido.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0.13cm; margin-left: 0.29cm; margin-top: 0.13cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Tinha
de apresentar o guião porque o prometera fazer há longos meses. Mas
aproveitou para dizer tudo ao contrário do que desejaria o seu
patrono Passos Coelho, que quando fala no sócio não lhe é nada
favorável.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0.13cm; margin-left: 0.29cm; margin-top: 0.13cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Realmente
são duas pessoas que não se entendem, mas que se esforçam por
estar juntos para não terem de se demitir ambas. Aliás, quem lhes
vale é quem os comanda, ou seja, o eterno protetor de ambos: o
Presidente da República. Se não fosse essa proteção - que ninguém
entende - como é que conseguiriam conviver juntas?</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0.13cm; margin-left: 0.29cm; margin-top: 0.13cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Recentemente,
um grande fadista português, seguramente o maior e mais respeitado
de todos, Carlos do Carmo, teve a coragem de dizer o que pensa do
Presidente da República, e não usou palavras brandas como toda a
gente notou e ouviu.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0.13cm; margin-left: 0.29cm; margin-top: 0.13cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Por
mais que façamos, tudo tem que ver com a mesma pessoa. Chama-se
Aníbal Cavaco Silva. Como é que um Presidente, a quem ainda faltam
dois anos para o fim do seu mandato, não é capaz de se libertar de
um Governo, completamente paralisado, sem rei nem roque, e
principalmente de duas pessoas que não se entendem entre si e só
existem juntas porque ele as mantém? Tem razão Carlos do Carmo.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="border: none; line-height: 0.32cm; margin-bottom: 0.13cm; margin-left: 0.29cm; margin-top: 0.13cm; padding: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O
Presidente não quer - ou não pode por razões que se ignoram -
perceber que</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="border: none; line-height: 0.32cm; margin-bottom: 0.13cm; margin-left: 0.29cm; margin-top: 0.13cm; padding: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> se ficar até ao fim e assim continuar, ficará para
todo o tempo com o ferrete do</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="border: none; line-height: 0.32cm; margin-bottom: 0.13cm; margin-left: 0.29cm; margin-top: 0.13cm; padding: 0cm;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 0.32cm;"> ódio popular, de norte a sul do País.</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0.13cm; margin-left: 0.29cm; margin-top: 0.13cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O
discurso de Portas - Guião para a Reforma do Estado - é com efeito
algo de irresponsável e que ninguém consciente pode tomar a sério.
Com discursos como este está a destruir o seu próprio partido - e o
pouco que resta do seu prestígio. A tentar ao mesmo tempo que se
volte de novo à austeridade (o que ele não quis no passado), quando
a troika e o próprio Governo de Passos Coelho assim o querem. Mas
Portas disse já isso e o seu contrário. O partido dele está cada
vez mais a definhar e o próprio líder todos os dias mais
desqualificado... Para quê? Pela vaidade insuportável de Portas ou
por medo de que lhe atirem à cara, como o caso dos submarinos, que
até agora não foi esclarecido. Portas, não tem nada que fazer.
Quem manda é a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, de
quem Portas não gosta nada. Como de Passos Coelho. Mas a tragédia é
que não se podem separar, porque perdiam a maioria, e os lugares.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0.13cm; margin-left: 0.29cm; margin-top: 0.13cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O
mais estranho é que os outros ministros também fiquem calados, sem
protesto, sem qualquer comentário, porque também não têm coragem
de se demitir apesar de saberem que se o não fazem ficam igualmente
com um ferrete, que nunca mais desaparecerá.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="border: none; line-height: 0.32cm; margin-bottom: 0.13cm; margin-left: 0.29cm; margin-top: 0.13cm; padding: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Century Gothic, sans-serif;"><span style="font-size: xx-small;"><b>In
DN, por MÁRIO SOARES</b></span></span></span></div>
<br />
<div align="JUSTIFY" style="border: none; line-height: 0.32cm; margin-bottom: 0.13cm; margin-left: 0.29cm; margin-top: 0.13cm; padding: 0cm;">
<br /><br />
</div>
Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2346487083580201992.post-19685380256595864462013-06-06T10:15:00.001-07:002013-06-06T10:15:26.437-07:00Carta à Gazeta da Beira: Maria José Abranches<div class="ecxMsoNormal" style="background-color: white; text-align: justify;">
Obrigada pela sua resposta, à qual me permito tecer alguns comentários.</div>
<div class="ecxMsoNormal" style="background-color: white; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="ecxMsoNormal" style="background-color: white; text-align: justify;">
Deduzi, pelo que me diz, assim como pelos textos que assinou na “Gazeta” de 23 de Maio (o Editorial e o artigo sobre o Fórum do Interior) que, na sua qualidade de Directora, decidiu adoptar o AO90. Não sei se antes perguntou aos seus leitores se era esse o seu desejo… Pela minha parte, como ando por aí a recolher assinaturas para a Iniciativa Legislativa de Cidadãos contra o AO (<span class="Object" id="OBJ_PREFIX_DWT578_com_zimbra_url" style="color: darkblue; cursor: pointer;"><a href="http://ilcao.cedilha.net/" style="color: darkblue; cursor: pointer; text-decoration: none;" target="_blank">http://ilcao.cedilha.net/</a></span>), só tenho encontrado, entre as pessoas que vou contactando (nos cafés, nos estabelecimentos comerciais, etc.) a maior rejeição do que consideram um ultraje e um roubo patrimoniais indefensáveis… </div>
<div class="ecxMsoNormal" style="background-color: white; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="ecxMsoNormal" style="background-color: white; text-align: justify;">
Percebi também que deixa aos seus colaboradores – e muito bem - a liberdade de escreverem, para usar as expressões da Presidente do Brasil, de acordo com “a norma ortográfica actualmente em vigor”, isto é, em Portugal a de 1945 (no Brasil a de 1943), ou de adoptarem “a nova norma estabelecida”, isto é o AO90 ( veja-se o Decreto da Presidente do Brasil: <span class="Object" id="OBJ_PREFIX_DWT579_com_zimbra_url" style="color: darkblue; cursor: pointer;"><a href="http://ilcao.cedilha.net/?p=8929#comments" style="color: darkblue; cursor: pointer; text-decoration: none;" target="_blank">http://ilcao.cedilha.net/?p=8929#comments</a></span> ).</div>
<div class="ecxMsoNormal" style="background-color: white; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="ecxMsoNormal" style="background-color: white; text-align: justify;">
É com profunda estranheza que constato que a mesma esquerda que se diz – e deveria ser - respeitadora da “liberdade” e da “tolerância”, e defensora dos direitos humanos fundamentais dos portugueses, se considere credenciada para nos <b>impor</b> uma ortografia que desrespeita, desfigura, corrompe e subalterniza a nossa língua materna: a mais nobre e conseguida realização do povo e da nação que neste recanto europeu surgiram, e ao longo dos séculos se foram definindo e consolidando! E isto com uma sobranceria, um autismo e uma determinação que parecem decorrer da conhecida divisa de Cavaco Silva :”Nunca tenho dúvidas e raramente me engano”! </div>
<div class="ecxMsoNormal" style="background-color: white; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="ecxMsoNormal" style="background-color: white; text-align: justify;">
Acredito que a democracia repousa essencialmente na capacidade de nos ouvirmos uns aos outros e de, juntos, encontrarmos os consensos de que nós e o país necessitamos. Socorro-me da sabedoria, sempre actual, de Eduardo Lourenço:</div>
<div class="ecxMsoNormal" style="background-color: white; text-align: justify;">
«É em função de um conhecimento do <i>essencial</i>, daquilo que não podemos abandonar sem mutilação próxima e futura, que as escolhas decisivas para o nosso futuro devem ser feitas. Na medida do possível é à totalidade do povo português, consciente e responsabilizado na sua prática a todos os níveis que compete o autodeterminar-se, e não apenas a uma classe tecnocrático-burocrática, de aleatório saber, mas, sobretudo, de específica vontade de poderio e gozo de privilégios, a única que até hoje tem fabricado a <i>imagem portuguesa</i> em função da qual Portugal parece escolher-se «livremente», quando afinal é (e foi) apenas por ela <i>escolhido</i>.» (in “O Labirinto da Saudade”)</div>
<div class="ecxMsoNormal" style="background-color: white; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="ecxMsoNormal" style="background-color: white; text-align: justify;">
Posto isto, queria saudar mais uma vez a “Gazeta da Beira” pelo jornal que tem sido, designadamente pelo cuidado com que tem usado o Português, a língua que lhe permite existir, até esta, a meu ver, infeliz decisão. E peço desculpa por tão claramente dizer o que penso: uma coisa é dar aos cronistas ou articulistas convidados a possibilidade de escreverem com o AO90, se assim o entenderem (o leitor que tire as suas conclusões), outra coisa é ser o próprio jornal a divulgar e difundir essa ortografia bastarda e nefasta.</div>
<div class="ecxMsoNormal" style="background-color: white; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="ecxMsoNormal" style="background-color: white; text-align: justify;">
Queria também agradecer àqueles que continuam a escrever com a ortografia em vigor e correcta e pedir-lhes que não desistam, pois o país precisa deles!</div>
<div class="ecxMsoNormal" style="background-color: white; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="ecxMsoNormal" style="background-color: white; text-align: justify;">
Dada a actual situação do jornal, optei, com pena, por não renovar a minha assinatura, pelo que peço o favor de suspenderem o envio do mesmo pelo correio. Se, por ventura, vierem a reconsiderar, como sinceramente espero, essa decisão de adoptar o AO90, agradeço que me contactem, para que de novo possa ter o gosto de assinar e ler a “Gazeta da Beira”. </div>
<div class="ecxMsoNormal" style="background-color: white; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="ecxMsoNormal" style="background-color: white; text-align: justify;">
Sem ressentimentos,</div>
<div class="ecxMsoNormal" style="background-color: white; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="ecxMsoNormal" style="background-color: white; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="ecxMsoNormal" style="background-color: white; text-align: justify;">
Maria José Abranches </div>
<div>
<br /></div>
Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2346487083580201992.post-29674378839821531832013-06-06T10:12:00.002-07:002013-06-06T10:12:09.386-07:00"Onde pára e para onde vai a Língua Portuguesa?": Ana Silva<h1 class="western">
<strong style="line-height: 0.45cm;"><span style="color: #333333;"><span style="font-family: arial, sans-serif;"><span style="font-size: 9pt;"><b><span style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;">Publiée
le 26 mars 2013</span></b></span></span></span></strong></h1>
<div dir="LTR" id="watch-description-text" style="background: #ffffff;">
<div style="background-color: transparent; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; border: none; line-height: 0.45cm; margin-bottom: 0cm; padding: 0cm;">
<a href="" name="eow-description"></a>
<span style="color: #333333;"><span style="font-family: arial, sans-serif;"><span style="font-size: 9pt;">Forum
- Debate Acordo Ortográfico. F.C.S.H. 20 Março 2013.<br />Intervenção
Ana Silva - professora de português do ensino secundário, na
Escola Secundária da Amadora.</span></span></span></div>
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<br />
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<a href="http://www.youtube.com/watch?v=13GW_PAbj2E">http://www.youtube.com/watch?v=13GW_PAbj2E</a>
</div>
Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2346487083580201992.post-34814914313669011272013-04-10T10:27:00.006-07:002013-04-10T10:28:22.226-07:00Iniciativa meritória, inédita, corajosa.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwXtwmKjF2Y7ei9Ng5EJA4S7gp6jPlJXvxKyGzEA2nBxveys7xHV7h5-02UBC35rxoVdNcF6dJMTKE_5SWwSXjh4mz9AR1wBhgBTpQcgPJBt9uAKe2HavK_15D5X1LzL6jGUT-XSxAn8w/s1600/tshirt-300x258.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="172" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwXtwmKjF2Y7ei9Ng5EJA4S7gp6jPlJXvxKyGzEA2nBxveys7xHV7h5-02UBC35rxoVdNcF6dJMTKE_5SWwSXjh4mz9AR1wBhgBTpQcgPJBt9uAKe2HavK_15D5X1LzL6jGUT-XSxAn8w/s200/tshirt-300x258.jpg" width="200" /></a></div>
<div style="background-color: #d9d9d9; color: #222222; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 20px; margin-bottom: 15px; padding: 0px; text-align: justify;">
A Iniciativa Legislativa de Cidadãos contra o Acordo Ortográfico tem como primeiro, e principal, mérito, o de constituir, de corporizar, a acção mais coerente e mais consistente de defesa da ortografia e da língua portuguesas. Porém, tem outros méritos quase tão importantes; como o de demonstrar a hipocrisia do sistema político nacional relativamente à (maior) participação dos cidadãos na «coisa pública».</div>
<div style="background-color: #d9d9d9; color: #222222; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 20px; margin-bottom: 15px; padding: 0px; text-align: justify;">
Aqueles que perguntam incessantemente se a ILCAO já atingiu as 35 mil assinaturas deveriam, antes, e precisamente, questionar porque são necessárias 35 mil assinaturas para f<a href="http://ilcao.cedilha.net/?p=2667" style="color: #5c7a99; text-decoration: none;">Em comparação com processos similares em outros países</a> com populações maiores, 35 mil é um número excessivo e injustificado. No Brasil (cerca de 200 milhões de habitantes) foram suficientes 20 mil assinaturas numa normal petição para <a href="http://ilcao.cedilha.net/?p=8929" style="color: #5c7a99; text-decoration: none;">Dilma Rousseff adiar a aplicação do AO90 em três anos</a>. Nos Estados Unidos da América (cerca de 300 milhões) a Casa Branca tem de responder obrigatoriamente a petições electrónicas que registem um mínimo de 100 mil assinaturas – antes eram 25 mil, e, antes, cinco mil! A conclusão inevitável é que, em Portugal, a tão propalada «democracia (quase) directa», e os instrumentos que a possibilita(ria)m, são administrados… de uma forma demasiado parcimoniosa, prepotente, tendenciosa, oportunista. Veja-se o referendo: de certeza que já poderia ter sido utilizado para mais do que deliberar sobre a (despenalização da) interrupção voluntária da gravidez e sobre a regionalização; a realização de uma consulta à população sobre a implementação de uma «nova ortografia» poderia e deveria ser uma opção óbvia… e o resultado final não deixaria de ser previsível: a rejeição. E é por isso mesmo que esse referendo não foi feito.</div>
ormalizar e validar esta – e qualquer outra – iniciativa legislativa de cidadãos.<br />
<div style="background-color: #d9d9d9; color: #222222; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 20px; margin-bottom: 15px; padding: 0px; text-align: justify;">
Outro mérito – e característica – fundamental da Iniciativa Legislativa de Cidadãos contra o Acordo Ortográfico: é uma verdadeira iniciativa de cidadãos; não resulta de uma decisão, e não dispõe dos recursos, de entidades partidárias, patronais, sindicais, ou outras, mais habituadas e habilitadas a desenvolverem acções deste tipo. A ILCAO é um movimento inédito, pioneiro, em Portugal, que representa a genuína sociedade civil… e talvez seja por isso que nunca foi convidada a estar representada em qualquer emissão do programa «Sociedade Civil» da RTP2, onde já participaram vários apoiantes do AO90.</div>
<div style="background-color: #d9d9d9; color: #222222; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 20px; margin-bottom: 15px; padding: 0px; text-align: justify;">
No entanto, e para desilusão dos adeptos da «novilíngua», nós existimos. E somos muitos. Neste tema falamos, que ninguém duvide, pela maioria em Portugal. Neste sítio e nesta ILC, somos uma amostra representativa, e mais activa, dessa maioria. E quem quiser… pode começar a contar-nos. Todos os nomes que estão aqui, todos os homens e mulheres que escreveram, escrevem e escreverão artigos, interpelações, mensagens, cartas e comentários, que colocam o sítio da ILCAO nos seus blogs e nas suas páginas de Facebook formam o primeiro contingente de defesa da identidade e da dignidade cultural de Portugal. Depois, pensem que para cada um deles há familiares, amigos, colegas, conhecidos, ou até desconhecidos, a quem já deram a <a href="http://ilcao.cedilha.net/docs/ilcassinaturaindividual.pdf" style="color: #5c7a99; text-decoration: none;">folha para assinar</a>, ou que indicaram como ela podia ser obtida e preenchida. E cada um desses familiares, amigos, colegas e conhecidos tem por sua vez outros familiares, amigos, colegas e conhecidos…</div>
<div style="background-color: #d9d9d9; color: #222222; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 20px; margin-bottom: 15px; padding: 0px; text-align: justify;">
Enfim, a Iniciativa Legislativa de Cidadãos contra o Acordo Ortográfico tem o mérito da coragem. Da vontade. Mais importante do que saber «quantos» somos… é saber «quem» somos! E sabemos. Somos aqueles que, cansados de diversos e de diferentes abusos perpetrados ao longo dos anos, e em relação aos quais talvez se tenham arrependido de não terem protestado (mais), resolveram, desta vez, traçar uma linha – que separa os inconformados dos conformados – e afirmar, definitivamente, «daqui não passa». Marcar uma posição. Se há qualidade – de carácter, de conhecimento, de convicção – haverá, mais tarde ou mais cedo, quantidade.</div>
<div style="background-color: #d9d9d9; color: #222222; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 20px; margin-bottom: 15px; padding: 0px; text-align: justify;">
<strong>Por Octávio dos Santos, 9/04/2013</strong></div>
Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2346487083580201992.post-28246137529900253472013-03-10T05:05:00.001-07:002013-03-10T05:05:11.782-07:00« Acuso ! »<br />
<blockquote style="background: #d9d9d9; border: none; line-height: 0.53cm; margin-bottom: 0.4cm; padding: 0cm; text-align: justify;">
<i style="color: #222222; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 9pt; line-height: 0.53cm;">Ex.mos
Senhores Deputados,</i></blockquote>
<blockquote style="background: #d9d9d9; border: none; line-height: 0.53cm; margin-bottom: 0.4cm; padding: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #222222;">“… <span style="font-family: Verdana, Geneva, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><i>melhor
é duvidar que sandiamente determinar.” (D. Duarte, O Leal
Conselheiro)</i></span></span></span></blockquote>
<blockquote style="background: #d9d9d9; border: none; line-height: 0.53cm; margin-bottom: 0.4cm; padding: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #222222;"><span style="font-family: Verdana, Geneva, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><i>Começo
por agradecer: ao grupo parlamentar do PCP, pela </i></span></span></span><a href="http://ilcao.cedilha.net/?p=9121"><span style="color: black;"><span style="text-decoration: none;"><span style="font-family: Verdana, Geneva, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><i>iniciativa
de propor na Comissão de Educação, Ciência e Cultura, a criação
de um grupo de trabalho para reflectir sobre o Acordo Ortográfico de
1990 (AO90)</i></span></span></span></span></a><span style="color: #222222;"><span style="font-family: Verdana, Geneva, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><i>;
à referida </i></span></span></span><a href="http://www.parlamento.pt/sites/com/XIILeg/8CECC/Paginas/default.aspx"><span style="color: black;"><span style="text-decoration: none;"><span style="font-family: Verdana, Geneva, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><i>Comissão
e ao seu Presidente</i></span></span></span></span></a><span style="color: #222222;"><span style="font-family: Verdana, Geneva, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><i>,
pela aceitação unânime desta proposta; ao </i></span></span></span><a href="http://www.parlamento.pt/Sites/COM/XIILEG/8CECC/GTAAAO/Paginas/default.aspx"><span style="color: black;"><span style="text-decoration: none;"><span style="font-family: Verdana, Geneva, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><i>Grupo
de Trabalho</i></span></span></span></span></a><span style="color: #222222;"><span style="font-family: Verdana, Geneva, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><i> pela
sua disponibilidade para esta missão.</i></span></span></span></blockquote>
<blockquote style="background: #d9d9d9; border: none; line-height: 0.53cm; margin-bottom: 0.4cm; padding: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #222222;"><span style="font-family: Verdana, Geneva, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><i>Mais
vale tarde do que nunca, diz o ditado! Efectivamente este debate já
devia ter acontecido há muito, se o poder político estivesse atento
ao sentir da população que representa e que maioritariamente
considera </i></span></span></span><a href="http://www.priberam.pt/docs/Acortog90.pdf"><span style="color: #5c7a99;"><span style="text-decoration: none;"><span style="font-family: Verdana, Geneva, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><i>este
AO90</i></span></span></span></span></a><span style="color: #222222;"><span style="font-family: Verdana, Geneva, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><i> como
um ultraje e uma expropriação de um bem patrimonial e identitário
que dá sentido à sua vida. Porque é infelizmente preciso lembrar
que somos um povo com História e língua próprias, um país
constitucionalmente democrático, e que a democracia é um projecto
permanentemente em construção, aberto, responsável e transparente,
pelo que não se esgota no acto eleitoral, e muito menos nos
objectivos secretos dos partidos.</i></span></span></span></blockquote>
<blockquote style="background-color: #d9d9d9; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; border: none; line-height: 0.53cm; margin-bottom: 0.4cm; padding: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #222222;"><span style="font-family: Verdana, Geneva, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><i>Neste
preciso momento, estamos todos a escrever uma página decisiva e
indelével da História do nosso país. O que está em causa é a
língua de Portugal, a língua materna dos portugueses, que aqui
surgiu, que nós herdámos e que vem de longe, fruto das vivências e
dos saberes dos nossos antepassados, e que temos a obrigação
inalienável de transmitir aos vindouros, preservada na sua
integridade que nos estrutura, embora enriquecida com a nossa
experiência da vida e do mundo.</i></span></span></span></blockquote>
<blockquote style="background-color: #d9d9d9; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; border: none; line-height: 0.53cm; margin-bottom: 0.4cm; padding: 0cm; text-align: justify;">
<a href="" name="more-10075"></a>
<span style="color: #222222;"><span style="font-family: Verdana, Geneva, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><i>Dizem
os defensores do AO90 que não é a língua que este pretende
alterar, como se a ortografia fosse a mera transcrição fonética da
língua oral ou uma simples roupagem insignificante e “modernizável”
ad libitum. Ora a ortografia é parte integrante do corpo visível e
significante da palavra, moldado ao longo dos tempos, num permanente
compromisso entre a preservação das suas raízes e o normal e lento
evoluir da própria língua. Ao destruir as raízes etimológicas do
Português europeu, o AO90 retira-lhe carácter, historicidade e
inteligibilidade, afastando-o também das outras línguas europeias,
menos sujeitas a “modas” intempestivas. Por outro lado, as
deturpações fonéticas e as confusões ortográficas que o AO90,
como era de prever, viria provocar, já hoje são largamente
evidentes, basta observar o caos generalizado que a sua aplicação
está a instalar.</i></span></span></span></blockquote>
<blockquote style="background-color: #d9d9d9; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; border: none; line-height: 0.53cm; margin-bottom: 0.4cm; padding: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #222222;"><span style="font-family: Verdana, Geneva, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><i>Não
vou desenvolver estes aspectos propriamente linguísticos, sobre os
quais os nossos melhores especialistas já amplamente se
pronunciaram. Pessoalmente conheço o AO90 e muito do que sobre ele
foi dito e escrito, o que infelizmente parece não ser o caso dos
nossos decisores políticos.</i></span></span></span></blockquote>
<blockquote style="background: #d9d9d9; border: none; line-height: 0.53cm; margin-bottom: 0.4cm; padding: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #222222;"><span style="font-family: Verdana, Geneva, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><i>Posto
isto, será útil salientar que o indevidamente designado “acordo”
ortográfico corresponde de facto, pela sua dimensão e
consequências, a uma profunda “reforma” da ortografia do
Português europeu, que é também, com algumas variantes, a língua
oficial dos PALOP e de Timor e Macau, assim como de vastas
comunidades de emigrantes e descendentes de portugueses, espalhadas
pelo mundo. Esta “reforma”, considerada (por quem?) “um passo
importante para a defesa da unidade da língua portuguesa e para o
seu prestígio internacional”, e fabricada a pretexto de uma
desnecessária e impossível “unificação” da ortografia
portuguesa e brasileira – afastadas desde 1907, aquando da primeira
reforma ortográfica levada a cabo unilateralmente pela </i></span></span></span><a href="http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?tpl=home"><span style="color: black;"><span style="text-decoration: none;"><span style="font-family: Verdana, Geneva, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><i>Academia
Brasileira de Letras</i></span></span></span></span></a><span style="color: #222222;"><span style="font-family: Verdana, Geneva, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><i> –
foi elaborada sem a participação dos especialistas e desprezando os
seus pareceres, e ainda por cima negociada à revelia do povo
português, por todos aqueles que, eleitos por nós, ocuparam e
ocupam o poder desde 1990.</i></span></span></span></blockquote>
<blockquote style="background-color: #d9d9d9; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; border: none; line-height: 0.53cm; margin-bottom: 0.4cm; padding: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #222222;"><span style="font-family: Verdana, Geneva, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><i>Concluindo:</i></span></span></span></blockquote>
<blockquote style="background-color: #d9d9d9; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; border: none; line-height: 0.53cm; margin-bottom: 0.4cm; padding: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #222222;"><span style="font-family: Verdana, Geneva, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><i>Acuso
o poder político nacional de se ter arrogado o direito, que lhe não
pertence, de alterar a ortografia da nossa língua materna, pelo
AO90, e de o ter feito negociando na sombra, sem discussão pública
e sem que este assunto fosse sequer abordado aquando das inúmeras
eleições – presidenciais, legislativas e autárquicas -que
ocorreram desde 1990 até hoje.</i></span></span></span></blockquote>
<blockquote style="background-color: #d9d9d9; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; border: none; line-height: 0.53cm; margin-bottom: 0.4cm; padding: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #222222;"><span style="font-family: Verdana, Geneva, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><i>Acuso
o poder político de ter aceitado as condições vergonhosas do
Segundo Protocolo Modificativo ao Acordo Ortográfico de 1990, que
veio permitir que três países, dos oito da CPLP, pudessem decidir
da língua que é pertença de todos.</i></span></span></span></blockquote>
<blockquote style="background: #d9d9d9; border: none; line-height: 0.53cm; margin-bottom: 0.4cm; padding: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #222222;"><span style="font-family: Verdana, Geneva, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><i>Acuso</i></span></span></span><span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, Geneva, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><i> </i></span></span></span><a href="http://www.parlamento.pt/ActividadeParlamentar/Paginas/DetalheIniciativa.aspx?BID=33789"><span style="color: black;"><span style="text-decoration: none;"><span style="font-family: Verdana, Geneva, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><i>a
Assembleia da República de ter depois aprovado</i></span></span></span></span></a><span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, Geneva, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><i> </i></span></span></span><span style="color: #222222;"><span style="font-family: Verdana, Geneva, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><i>esse
</i></span></span></span><span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, Geneva, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><i>vergonhoso</i></span></span></span><span style="color: #222222;"><span style="font-family: Verdana, Geneva, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><i> </i></span></span></span><a href="http://ilcao.cedilha.net/wp-content/uploads/2011/12/2ProtMod.pdf"><span style="color: black;"><span style="text-decoration: none;"><span style="font-family: Verdana, Geneva, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><i>Segundo</i></span></span></span></span><span style="color: #5c7a99;"><span style="text-decoration: none;"><span style="font-family: Verdana, Geneva, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><i>
</i></span></span></span></span><span style="color: black;"><span style="text-decoration: none;"><span style="font-family: Verdana, Geneva, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><i>Protocolo</i></span></span></span></span></a><span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, Geneva, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><i>,</i></span></span></span><span style="color: #222222;"><span style="font-family: Verdana, Geneva, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><i>
criando ao mesmo tempo as condições para a entrada em vigor do AO90
em Portugal </i></span></span></span><span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, Geneva, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><i>(</i></span></span></span><a href="http://ilcao.cedilha.net/wp-content/uploads/2011/12/RAR352008local.pdf"><span style="color: black;"><span style="text-decoration: none;"><span style="font-family: Verdana, Geneva, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><i>Resolução
n.º35/2008</i></span></span></span></span></a><span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, Geneva, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><i>)</i></span></span></span><span style="color: #222222;"><span style="font-family: Verdana, Geneva, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><i>.</i></span></span></span></blockquote>
<blockquote style="background: #d9d9d9; border: none; line-height: 0.53cm; margin-bottom: 0.4cm; padding: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #222222;"><span style="font-family: Verdana, Geneva, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><i>Acuso
o Governo anterior, pela pressa com que decidiu implementar a
aplicação do AO90, no Ensino, na Administração Pública e no
Diário da República </i></span></span></span><span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, Geneva, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><i>(</i></span></span></span><a href="http://ilcao.cedilha.net/wp-content/uploads/2011/12/RCM82011.pdf"><span style="color: black;"><span style="text-decoration: none;"><span style="font-family: Verdana, Geneva, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><i>Resolução
do Conselho de Ministros n.º 8/2011</i></span></span></span></span></a><span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, Geneva, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><i>)</i></span></span></span><span style="color: #222222;"><span style="font-family: Verdana, Geneva, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><i>.
E também na RTP que, ostensiva e continuadamente, sem respeito pela
sua missão nem pelos espectadores, vem adoptando, “ensinando” e
promovendo a nova confusão ortográfica.</i></span></span></span></blockquote>
<blockquote style="background-color: #d9d9d9; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; border: none; line-height: 0.53cm; margin-bottom: 0.4cm; padding: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #222222;"><span style="font-family: Verdana, Geneva, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><i>Acuso
o Governo actual por ter mantido e incrementado todas as decisões do
Governo anterior, quando teve todas as oportunidades e justificações
para o não fazer, ferindo assim de morte a ainda frágil
alfabetização dos portugueses levada a cabo nas últimas décadas.</i></span></span></span></blockquote>
<blockquote style="background-color: #d9d9d9; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; border: none; line-height: 0.53cm; margin-bottom: 0.4cm; padding: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #222222;"><span style="font-family: Verdana, Geneva, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><i>Acuso
a insensibilidade dos políticos em geral e da Assembleia da
República em particular, por até agora terem mantido este assunto
tabu, apesar dos múltiplos sinais do desastre e desagregação para
a nossa língua que este AO90 representa, inclusivamente a nível
social, pela fractura intergeracional que cria no seio das famílias,
e ainda a nível internacional, pelo progressivo apagamento do
português.pt, a favor do português.br.</i></span></span></span></blockquote>
<blockquote style="background: #d9d9d9; border: none; line-height: 0.53cm; margin-bottom: 0.4cm; padding: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #222222;"><span style="font-family: Verdana, Geneva, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><i>Estou
em guerra contra o AO90 desde que o conheço. Assinei em tempos a
“Petição/Manifesto em defesa da língua portuguesa”, a que a
Assembleia da República achou por bem não dar seguimento. Subscrevi
a</i></span></span></span><span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, Geneva, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><i> </i></span></span></span><a href="http://ilcao.cedilha.net/"><span style="color: black;"><span style="text-decoration: none;"><span style="font-family: Verdana, Geneva, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><i>Iniciativa
Legislativa de Cidadãos</i></span></span></span></span></a><span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, Geneva, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><i> </i></span></span></span><span style="color: #222222;"><span style="font-family: Verdana, Geneva, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><i>contra
o Acordo Ortográfico em cuja luta participo por todos os meios ao
meu alcance, inclusivamente escrevendo textos, como este que acabo de
endereçar aos Senhores Deputados do Grupo de Trabalho sobre o AO90,
esperando que ouçam mais esta voz da sociedade civil, muito
empenhada na defesa da nossa língua materna.</i></span></span></span></blockquote>
<blockquote style="background-color: #d9d9d9; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; border: none; line-height: 100%; margin-bottom: 0.4cm; padding: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #222222;"><span style="font-family: Verdana, Geneva, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><i>Com
os meus respeitosos cumprimentos,</i></span></span></span></blockquote>
<blockquote style="background-color: #d9d9d9; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; border: none; line-height: 100%; margin-bottom: 0.4cm; padding: 0cm;">
<strong><span style="color: #222222;"><span style="font-family: Verdana, Geneva, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;">Maria
José Abranches Gonçalves dos Santos</span></span></span></strong><span style="color: #222222;"><span style="font-family: Verdana, Geneva, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><i><br />Lagos</i></span></span></span></blockquote>
<div align="JUSTIFY" style="border: none; line-height: 0.53cm; margin-bottom: 0.4cm; padding: 0cm;">
<span style="color: #222222;"><span style="font-family: Verdana, Geneva, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;">(</span></span></span><span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, Geneva, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;">Transcrição
integral de </span></span></span><a href="http://app.parlamento.pt/webutils/docs/doc.pdf?path=6148523063446f764c324679626d56304c334e706447567a4c31684a5355786c5a793944543030764f454e4651304d7652315242515546504c30467963585670646d39446232317063334e68627939535a577868644d4f7a636d6c766379394462323530636d6c6964585276637955794d484a6c5932566961575276637955794d484e76596e4a6c4a5449775a584e30595355794d48526c62634f6864476c6a595338794f5335775a47593d&fich=29.pdf&Inline=true"><span style="color: black;"><span style="text-decoration: none;"><span style="font-family: Verdana, Geneva, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;">texto</span></span></span></span></a><span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, Geneva, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;">,
da autoria de </span></span></span><a href="http://ilcao.cedilha.net/?p=2431"><span style="color: black;"><span style="text-decoration: none;"><span style="font-family: Verdana, Geneva, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;">Maria
José Abranches</span></span></span></span></a><span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, Geneva, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;">,
enviado por email em 28.02.13)</span></span></span></div>
Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2346487083580201992.post-80689126333766992732012-10-28T16:11:00.001-07:002012-10-28T16:11:07.747-07:00O Acordo Ortográfico e a tradução para português<div class="postContent" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">
<blockquote>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O meu trabalho consiste, em suma, na revisão de traduções do Inglês para o Português de manuais de instruções e interfaces do utilizador de equipamento médico. Vai desde a simples maca de exames utilizada nos consultórios médicos ao ventilador de cuidados intensivos ou desfibrilador cardíaco, de cujo correcto funcionamento e utilização dependem as vidas de tantos doentes por este país fora. Dependendo de o fabricante ser europeu ou americano, as traduções são produzidas – em geral – para Português de Portugal ou do Brasil, respectivamente. Por conseguinte, quando importamos da Europa, geralmente, repito, não há problema de maior; contudo, ao comprar equipamento nos EUA e com a globalização, consequentes fusões de companhias e migração de quadros pelo mundo inteiro, a situação complicou-se.</span></div>
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">
<a href="http://ilcao.cedilha.net/wp-content/uploads/2012/10/PaulaBlank-Publico_28Out2012.jpg" style="clear: left; cssfloat: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><img alt="" class="alignleft size-medium wp-image-7957" height="300" src="http://ilcao.cedilha.net/wp-content/uploads/2012/10/PaulaBlank-Publico_28Out20121-208x300.jpg" title="PaulaBlank-Publico_28Out2012" width="208" /></span></a><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O que me chega às mãos está 90% das vezes muito longe do nível de qualidade que seria de esperar para qualquer tradução, quanto mais para traduções nesta área. Os exemplos são infindáveis, mas escolhi um que servirá para demonstrar aquilo de que falo. Na tradução do manual de um ventilador, feita por um tradutor brasileiro, lê-se:</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">“Usar o ventilador de maneira diferente como foi instruída pode causar danos ao digitalizar de RM.”</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Uma tradução correcta do original em Inglês poderia ser assim:</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">“A utilização do ventilador de maneira diferente da que foi indicada nas instruções, pode causar danos ao aparelho de RM (ressonância magnética).”</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Em praticamente todos os manuais traduzidos para Português do Brasil, e também no deste exemplo, chama-se “vazamento” a fuga, “cabo de força” a cabo de alimentação, “tela” a ecrã, “plugue” a ficha (um “plugue” que se “pluga”, do verbo “plugar”), “jack” a tomada, “leiaute” a disposição, “acurácia” a precisão, diz-se que a impressora “está aquecendo”, que “você tem de acessar isso” (aceder) ou “você deve apertar aquilo” (pressionar), os verbos reflexivos são conjugados ao contrário (“isso se faz assim” em vez de “isso faz-se assim”), etc.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O manual de um dispositivo de suporte de vida chega a ter 300-400 páginas e o deste exemplo era uma tradução que estava autorizada, em utilização em Portugal, e que só foi corrigida (1) quando o fabricante passou a fazer parte da gama de comercialização de certa empresa e (2) porque, depois de muita argumentação, o fabricante acabou por concordar em produzir uma versão em Português de Portugal.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Peço-vos que voltem a ler os exemplos apresentados. Não verão uma só instância de diferença ortográfica, o que prova a futilidade do esforço (inútil porque não o consegue) de uniformização ortográfica. A maioria dos manuais traduzidos no Brasil que eu revi estão escritos assim e, provavelmente, no Brasil até são textos perfeitamente aceitáveis, não sei, nem discuto. Mas em Portugal não. As traduções utilizadas em Portugal têm forçosamente que ser feitas por tradutores portugueses, em Português de Portugal, para que se possam cumprir os critérios exigíveis. E isso não basta, é preciso que o tradutor preencha outros critérios técnicos específicos, cuja discussão ficará para outra altura.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span id="more-7949"></span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Contudo, há uma batalha contínua para que os dispositivos comercializados sejam acompanhados de instruções adequadas. A realidade é que os fabricantes pressionam os distribuidores portugueses a utilizar as traduções brasileiras em Portugal. Os argumentos são sempre os mesmos: (1) só se produz uma versão em Português e, dado que o Brasil é um mercado maior, a versão a produzir será em Pt-Br ou (2) temos que reduzir custos, por isso há que anular uma das versões em Português; o Brasil é um mercado maior, portanto eliminamos a versão Pt-Pt. Ponto final. Contra-argumentar dizendo que a sintaxe e a terminologia não são aceitáveis para textos que se destinam a profissionais clínicos, que os erros podem provocar acidentes de proporções mais ou menos sérias, é por regra inútil. Algumas vezes, felizmente, o esforço de argumentação é recompensado, e os médicos e enfermeiros em Portugal podem usufruir do privilégio de ler as instruções do dispositivo médico, que adquiriram em Portugal, num Português de fácil e natural compreensão. Sim, aquilo que devia ser um direito, que está previsto numa directiva europeia, que, por sua vez, foi transferida para a lei portuguesa, é no fundo, um privilégio. Quase um favor.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">É, portanto, com profunda consternação que vemos o Governo português, que devia defender os nossos interesses, assinar um Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, que (defendem alguns) visa unificar a ortografia e resolver todas as diferenças entre ambos os registos do Português.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O Acordo Ortográfico, ao criar esta falsa noção de uniformidade, extremamente nefasta para o Português-padrão, tem um resultado terrível para a tradução, porque enche o mercado português de instruções que quanto mais técnicas, mais incompreensíveis são.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Mas ainda podemos inverter este erro colossal, assinando a Iniciativa Legislativa de Cidadãos. </span></div>
</blockquote>
<strong>In Público", por Paula Blank, 28.10.2012</strong><br />
<blockquote>
<span style="color: #990000;"><strong>Para saber como assinar e ficar a saber mais pormenores, por favor, visite o portal </strong></span><a href="http://ilcao.cedilha.net/">http://ilcao.cedilha.net/</a>.</blockquote>
</div>
Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2346487083580201992.post-83737093244652463362012-10-26T15:38:00.001-07:002012-10-26T15:38:09.585-07:00"Uma bassula ao Acordo Ortográfico"<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMP4N6P6320p0jT8q1-W-_n7QNvEI07zucsxa7p1wLQ-Xf0h-0tzswh5GBMQtEkPkBPx8skwz6A0IIxmNaHgS8NUQca8-PzrXFaB4QGYGd2WyNzOd1Z2PCuWFYzUS0Aqyj-umff2m1kCA/s1600/logo_jornalangola.gif" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="56" oea="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMP4N6P6320p0jT8q1-W-_n7QNvEI07zucsxa7p1wLQ-Xf0h-0tzswh5GBMQtEkPkBPx8skwz6A0IIxmNaHgS8NUQca8-PzrXFaB4QGYGd2WyNzOd1Z2PCuWFYzUS0Aqyj-umff2m1kCA/s320/logo_jornalangola.gif" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">De repente, emudeceram as notícias sobre as análises e discussões institucionais à volta do tão polémico Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990 (AO), consideradas, mais do ponto de vista político que académico, como da maior importância para a promoção e difusão do Português no Mundo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O assunto, aparentemente adormecido, parece ter fugido da agenda de prioridades da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), já que o mesmo acabou por não ser retomado na última Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo em Maputo, após os Ministros da Educação da CPLP, em Luanda, por determinação do Conselho de Ministros desta organização internacional, terem concluído, três meses antes, através da Declaração de Luanda, o seguinte:<br /><strong>“A aplicação do Acordo Ortográfico de 1990 no processo de ensino e aprendizagem revelou a existência de constrangimentos”</strong>, pelo que os Ministros da Educação decidiram proceder a um diagnóstico relativo aos constrangimentos e estrangulamentos na aplicação do Acordo Ortográfico de 1990 e a “<strong>acções conducentes à apresentação de uma proposta de ajustamento do Acordo Ortográfico de 1990</strong>, na sequência da apresentação do referido diagnóstico”.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Não havendo qualquer cronograma que estabeleça o início e o término para a realização do diagnóstico e não tendo, posteriormente, o Conselho de Ministros e a Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da CPLP, em Maputo, retomado a questão do Acordo Ortográfico nas suas agendas de trabalho, esta polémica questão deixou de ser prioritária e retira qualquer pressão política sobre os países que não o ratificaram ou, mesmo que o tenham feito, ainda não o tenham posto em prática. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Em 15 de Setembro último, tudo se complicou com a posição da Associação Internacional de Escritores (PEN Internacional), ao aprovar, no seu 78º Congresso anual, realizado este ano em Gyeongju (Coreia do Sul), uma </span><a href="http://ilcao.cedilha.net/?p=7304"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Resolução do Comité de Tradução e Direitos Linguísticos</span></a><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">, em que o mesmo expressa preocupações quanto ao Acordo Ortográfico de 1990. <strong>Os 87 centros presentes, de um total de 144 em mais de 100 países, consideraram o Acordo Ortográfico “um problema complexo”, manifestaram, segundo o PEN Clube Português, evidente preocupação pela <u>ameaça que o mesmo constitui para a própria Língua Portuguesa e expressaram a sua “incredulidade” ao interrogarem-se “como se teria chegado a tal situação”</u>. Também refere a Resolução aprovada pelo PEN Internacional que “os tradutores que, em princípio, não pretendam seguir o Acordo Ortográfico de 1990, se vêem submetidos às imposições administrativas e comerciais”.</strong></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Na apresentação do tema, na Coreia do Sul, a presidente do PEN Clube Português, Teresa Salema, manifestou a “preocupação pela situação com que um número crescente de escritores e tradutores se vê confrontado”, nomeadamente pelo facto de muitos não se identificarem com o Acordo Ortográfico de 1990 ou “de deixarem que os seus textos sejam convertidos para uma ortografia que lhes é alheia ou de não verem as suas obras publicadas”.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O PEN Internacional, organização não governamental de escritores de diferentes géneros literários, poetas, novelistas e também jornalistas e historiadores, foi fundado em Londres em 1921, com o objectivo de promover a liberdade de expressão, difundir o papel da literatura na cultura mundial e incentivar a amizade e a cooperação intelectual entre seus membros a nível planetário. É a mais antiga entidade do mundo, criada em defesa da promoção dos direitos humanos e é, também, a mais antiga associação literária de carácter mundial.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><strong>Esta Resolução, aprovada por unanimidade, não deixa de ser preocupante para a CPLP</strong>, que se rege por princípios assentes no primado dos direitos humanos e é uma organização institucionalizada em redor de uma forte componente cultural, que é a própria Língua Portuguesa. Se, por um lado, <strong>o papel do Acordo Ortográfico, no que respeita à unificação gráfica <u>(de todo impossível)</u> já estava posto em causa, agora acaba por se desmistificar também o papel político e cultural do Acordo, quanto à promoção e difusão internacional do próprio idioma. Ainda segundo a Resolução, “tentar centrar uma língua em prioridades administrativas e/ou comerciais é enfraquecê-la ao atacar a sua complexidade e criatividade inata, a fim de promover métodos burocráticos de natureza pública e privada”</strong>. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Acrescenta ainda que “no que toca ao inglês, houve tentativas equivalentes para uma aproximação universal no tempo do Império Britânico. Contudo, a força das regiões anglófonas (situação similar à do português) levou a que tais regras tivessem sido quebradas tanto internacional como nacionalmente”. Lê-se também na mesma Resolução: “duvidamos muitíssimo que essa proposta de estandardização produza outros efeitos além de burocratizar os textos usados nas escolas, separando assim os alunos da real criatividade da Língua Portuguesa, nos planos regional e internacional”.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Estas </span><a href="http://www.urbandictionary.com/define.php?term=bassula"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">bassulas</span></a><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> não ajudam a promover, nem comunitariamente, nem fora da CPLP, um idioma comum a oito países situados em diferentes comunidades regionais. <strong>Em vez da fuga em frente, há, evidentemente, a necessidade de se discutir e analisar de forma mais séria e urgente esta questão, que a todos os falantes e escritores da Língua Portuguesa diz respeito.</strong> </span></div>
<br />
<small>[Transcrição integral de <a href="http://jornaldeangola.sapo.ao/19/46/uma_bassula_ao_acordo_ortografico">artigo publicado no "Jornal de Angola" de 25.10.12</a>. "Links", destaques a "bold" e sublinhados inseridos por nós. Conhecimento do artigo através da página Facebook "<a href="https://www.facebook.com/pages/Tradutores-Contra-o-Acordo-Ortogr%C3%A1fico/199515723483437?fref=ts">Tradutores Contra o Acordo Ortográfico"</a>.]</small>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2346487083580201992.post-73367096124607034652012-10-26T15:24:00.002-07:002012-10-26T15:24:14.952-07:00A "estandardização" da língua portuguesa<h3>
Artigos<br /><span>Wa-Zani </span></h3>
<h3>
<span>A "estandardização" da língua portuguesa</span></h3>
<div class="destaque" style="text-align: justify;">
<img alt="" src="http://imgs.sapo.pt/jornaldeangola/img/quote_start.gif" /> Constata-se, actualmente, que, por parte da maioria dos Estados, se mantem a secular tendência unificadora para reduzir a diversidade, em prol de comportamentos adversos à diversidade cultural e ao pluralismo linguístico. Para tal, tem contribuído a actual planetização da economia, cuja “teologia do mercado”, ao não servir maioritariamente as diferentes comunidades e ao impor regras deterministas que obrigam as pessoas a submeterem-se, religiosamente, às mesmas em vez do contrário, acaba por interferir na comunicação e na cultura, afectando as relações e as formas de interacção, que garantem a coesão interna de cada comunidade linguística.<br />A Declaração Universal dos Direitos Linguísticos surge em Barcelona, em 6 de Junho de 1996, e foi promovida pelo Comité de Traduções e Direitos Linguísticos do PEN Clube Internacional e pelo Centro Internacional Escarré para as Minorias Étnicas e as Nações – CIEMEN. Tem por objectivo corrigir os desequilíbrios linguísticos, de modo a assegurar o respeito e o pleno desenvolvimento de todas as línguas, para além de estabelecer os princípios de uma paz linguística planetária justa e equitativa, como factor principal da convivência social. Como resultado de um largo processo de reflexão, iniciado em Setembro de 1994, e contando com a colaboração de 32 centros PEN e 64 organizações do mundo inteiro que trabalham na investigação jurídica, linguística, sociológica e na defesa dos direitos dos povos, esta Declaração tem como preocupação, em primeira instância, as comunidades linguísticas e não os Estados. Daí que se inscreva no esforço levado a cabo por instituições internacionais, com propósitos direccionados para a garantia de um desenvolvimento sustentado e equitativo para toda a humanidade.<br />Do ponto de vista dos princípios gerais, a Declaração Universal de Direitos Linguísticos considera que todas os idiomas são a expressão de uma identidade colectiva e uma maneira particular de perceber e descrever a realidade, pelo que devem gozar das condições necessárias para o seu desenvolvimento em todos os domínios. Refere esta Declaração, no seu artigo 7º, que “cada língua é uma realidade constituída colectivamente, logo, é no seio de uma comunidade que ela se coloca à disposição dos seus membros, como instrumento de coesão, de identificação, de comunicação e de expressão criativa”.<br />Entre outros princípios, no seu artigo 10º, afirma que todas as comunidades linguísticas são iguais em direitos e considera inadmissíveis as discriminações resultantes de critérios assentes no grau de soberania política, situação social, económica ou qualquer outra, assim como o nível de codificação, actualização ou modernização que as línguas tenham alcançado. Com base no princípio da igualdade, refere também que se devem estabelecer as medidas indispensáveis para que essa igualdade seja de facto efectiva e fundamenta todos os seus objectivos em princípios universais e de justiça social, que configuram muita documentação relevante do direito internacional.<br /><strong>Ao ser solicitado para comentar a proposta de “estandardização internacional da língua portuguesa”; ou seja, o Acordo Ortográfico de 1990 (AO), o Comité de Tradução dos Direitos Linguísticos (CTDL) do PEN Internacional, no seu Encontro de 4 a 6 de Junho de 2012, expressou uma grande simpatia pela posição do Centro Português do PEN, cujos membros, maioritariamente, se opõem ao AO. Dentre os aspectos que fundamentam a Resolução do CTDL do PEN Internacional, unanimemente aprovada no seu 78º Congresso, constam as seguintes:<br />- São aspectos meramente administrativos e comerciais, que estão na origem do Acordo Ortográfico de 1990, o que, sendo uma fraca base de partida, pode prejudicar seriamente, a língua portuguesa, já que um idioma não é, primariamente, um instrumento administrativo ou comercial. “Estes aspectos equivalem a actividades superficiais e utilitárias que requerem o que poderia chamar-se dialectos simplificados, tangenciais à língua viva” quando esta “favorece a criatividade, a imaginação, a iniciativa científica; “ela adapta-se ao mundo real no qual vivem pessoas com as suas múltiplas diferenças e particularidades”.<br />- Os membros do CTDL constataram também que “tentar centrar uma língua em prioridades administrativas e/ou comerciais é enfraquecê-la.</strong> <img alt="" src="http://imgs.sapo.pt/jornaldeangola/img/quote_finish.gif" /></div>
<div class="destaque" style="text-align: justify;">
<strong>In Jornal de Angola </strong></div>
Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2346487083580201992.post-44037914263420413832012-10-24T07:17:00.003-07:002012-10-24T07:17:25.545-07:00"Público", um jornal de referência <div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiu0dS1fuMJxdnLCu6J_JTBH7Dxhf-16vEpUsuMZoeZw9hX46hqoLaATBTv-HUgHBl_2vptLck9ak_ZQTYRQEgR0b6RbxM9u9WzcJmrbl1SY71nHBHfldhHrSmNm5UXgSHkvajrxo_nJWU/s1600/publico.png" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" oea="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiu0dS1fuMJxdnLCu6J_JTBH7Dxhf-16vEpUsuMZoeZw9hX46hqoLaATBTv-HUgHBl_2vptLck9ak_ZQTYRQEgR0b6RbxM9u9WzcJmrbl1SY71nHBHfldhHrSmNm5UXgSHkvajrxo_nJWU/s1600/publico.png" /></a><strong>Petição a favor do "Público": </strong></div>
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">
<strong>Mais do que nunca, precisamos deste jornal de referência que defende a nossa língua, recusando aplicar o Acordo Ortográfico e dando voz aos que se lhe opõem!</strong></div>
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">
<br /></div>
<div>
<br /></div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, Verdana, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: center;">
<strong><span style="color: #cc0000;">EM DEFESA DA MANUTENÇÃO DA QUALIDADE DO JORNAL PÚBLICO E DOS PROFISSIONAIS </span></strong></div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, Verdana, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: center;">
<strong><span style="color: #cc0000;">QUE FAZEM DELE UM JORNAL DE REFERÊNCIA NACIONAL</span></strong></div>
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; font-family: Arial, Helvetica, Verdana, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: center;">
<span class="Object" id="OBJ_PREFIX_DWT219_com_zimbra_url"><a href="http://www.peticaopublica.com/PeticaoListaSignatarios.aspx?pi=publico" rel="nofollow" target="_blank">http://www.peticaopublica.com/PeticaoListaSignatarios.aspx?pi=publico</a></span></div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, Verdana, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px;">
<br /></div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, Verdana, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; margin-bottom: 15px; text-align: center;">
<span class="Object"><span style="color: red; font-size: large;"><strong>Assinem e divulguem!</strong></span></span></div>
Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2346487083580201992.post-33213566606495218852012-10-24T05:32:00.003-07:002012-10-24T05:40:39.152-07:00Bandeira e língua: vicissitudes dos símbolos nacionais<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: Arial; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: 'Times New Roman'; mso-bidi-font-size: 10.0pt;">Eu, portuguesa e europeia me confesso: são estas as marcas específicas da minha condição humana. É pois assumindo-as plenamente que posso contribuir para o enriquecimento e a preservação da nossa humana e preciosa diversidade. Posto isto, porque convém não confundir patriotismo com nacionalismo, vamos ao que agora me interessa.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: Arial; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: 'Times New Roman'; mso-bidi-font-size: 10.0pt;">Nas celebrações do 5 de Outubro, como toda a gente sabe, a bandeira nacional foi içada <st1:personname productid="em posição invertida. Segundo" w:st="on">em posição invertida. Segundo</st1:personname> li entretanto, isto significa, de acordo com a simbologia militar, que o território está ocupado pelo inimigo. Pobre país, “não há mal que lhe não venha”!… Obviamente que se tratou apenas de um desagradável incidente, mas como “Deus escreve direito por linhas tortas”, talvez pudéssemos ver ali um sinal, uma chamada de atenção, uma mensagem. E não estou a referir-me à crise, nem aos sacrifícios “exigidos” pela Troika, mas ao omnipresente “novo” (de 1990?!) Acordo Ortográfico, um inimigo da nossa língua, traiçoeiramente imposto do interior, com a conivência de todos os poderes instalados, incluindo os media, e o silêncio comprometido, distraído ou indiferente da nossa intelligentsia. Já não se aguenta ver televisão, nem ler uma boa parte dos jornais e revistas nacionais, nem ver o entusiasmo com que as editoras vão profanando os mais veneráveis textos. E isto para não falar das “faturas” que nem apetece pagar, nem das publicidades, nem do “software” que nos mete pela casa dentro, à força, uma mascarada de língua irreconhecível… Portugal está de facto ocupado, invadido, submerso por esta lepra que atacou o Português e pouco a pouco o vai corroendo e mutilando. E para esta desgraça não há bodes expiatórios: a culpa não é da Troika (que nem sabe a colossal despesa pública que isto representa, agora e no futuro…) nem da União Europeia, nem da Sr.ª Merkel! A culpa é só nossa, através dos políticos a quem entregámos os nossos destinos e que se permitem continuar a ignorar-nos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: Arial; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: 'Times New Roman'; mso-bidi-font-size: 10.0pt;">Diz o texto do Acordo que ele “constitui um passo importante para a defesa da unidade essencial da língua portuguesa e para o seu prestígio internacional”. Mentira! Não só não contribui em nada para a já impossível “unificação” ou “uniformização” da língua portuguesa, cuja diversidade é também parte integrante da sua evolução natural, da sua riqueza e da sua História, como não traz nenhuma visibilidade internacional à língua dos portugueses. Pelo contrário, são cada vez mais os sinais do apagamento progressivo da nossa língua, à conta desta pseudo-uniformização. Um bom exemplo disto mesmo pode ver-se no sítio http://www.babbel.com/. Esta empresa, vocacionada para o ensino/aprendizagem das línguas, e financiada <st1:personname productid="em parte por Fundos" w:st="on">em parte por Fundos</st1:personname> da União Europeia, propõe como Português a língua do Brasil, simbolizada pela bandeira desse país! E isto quando a todas as restantes línguas europeias propostas se acede pela bandeira e na versão do país europeu de origem!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: Arial; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: 'Times New Roman'; mso-bidi-font-size: 10.0pt;">Como foi possível subalternizar assim Portugal, membro de pleno direito da União Europeia, e o Português europeu, uma das suas 23 línguas nacionais?!… Perguntemos àqueles a quem demos o nosso voto para nos representarem na U.E.! À força de promoverem o AO90, de sofregamente se terem lançado na destruição da nossa língua, a pretexto da supremacia dos “milhões de falantes” brasileiros, é a língua do Brasil que ganha o tal “prestígio internacional”!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: Arial; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: 'Times New Roman'; mso-bidi-font-size: 10.0pt;">Pessoalmente não me incomoda nada a expansão do Português brasileiro, enquanto língua do Brasil! Incomoda-me sim, e de que maneira (!), que isso se faça à custa da nossa língua, que este AO desfigura, estropia e esvazia da dignidade que lhe é própria! É <st1:personname productid="em Português de Portugal" w:st="on">em Português de Portugal</st1:personname> que eu penso, falo, escrevo, me exprimo, comunico, olho e entendo o universo. Não é <st1:personname productid="em Português do Brasil" w:st="on">em Português do Brasil</st1:personname>! Tenham paciência, não é a mesma coisa! E o mesmo sentirá e dirá qualquer brasileiro que se preze! Porque não temos de estar complexadamente uns contra os outros, temos de salvar o que nos une, mantendo a especificidade do que somos!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: Arial; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: 'Times New Roman'; mso-bidi-font-size: 10.0pt;">Aliás essa diferença e especificidade, que constitui a única, real e irredutível “evolução” da língua portuguesa, é universalmente visível, como comprova a Larousse ao publicar, em paralelo, em Maio de 2012, um Mini “Dictionnaire Portugais” (com a ortografia correcta) e um Mini “Dictionnaire Brésilien”. E a confirmar esta dualidade aí fica ainda o testemunho de Paul Teyssier : «Há assim duas normas do português, formando cada uma delas um sistema autónomo e coerente. O estrangeiro que aprende a língua terá portanto de optar à partida quer pela norma portuguesa quer pela norma brasileira, e não sair dela. Mas todo aquele que quiser verdadeiramente dominar o português deverá, depois de possuir os mecanismos inerentes à norma que tiver escolhido, adquirir um certo conhecimento das principais características da outra.»<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: Arial; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: 'Times New Roman'; mso-bidi-font-size: 10.0pt;">O Português seguiu caminhos diversos no vasto mundo para onde o levámos, na América como em África e na Ásia. É a sua riqueza e a prova da sua vitalidade, o que deveria ser motivo de orgulho para todos nós, os que partilhamos esta língua.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: Arial; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: 'Times New Roman'; mso-bidi-font-size: 10.0pt;">Não permitamos que se apoderem da nossa língua os arautos do mercantilismo desenfreado e da globalização “unificadora” e compressora da diversidade cultural humana! Forcemos os decisores políticos a ouvir-nos: “Deixem o Português <st1:personname productid="em paz! Não" w:st="on">em paz! Não</st1:personname> queremos o Acordo Ortográfico! Exigimos a revogação da Resolução da Assembleia da República n.º 35/2008” (http://ilcao.cedilha.net/).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<br /></div>
<span lang="PT-BR" style="font-family: Arial; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: 'Times New Roman'; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language: PT-BR;"><span style="font-size: x-small;">20-10-2012<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-size: x-small;"><strong>Maria José Abranches Gonçalves dos Santos</strong></span><br />
<br />
<span style="font-size: x-small;"><strong>Ver mais em: <a href="http://ilcao.cedilha.net/?p=7890#comments">http://ilcao.cedilha.net/?p=7890#comments</a><o:p></o:p></strong></span></div>
</span></span>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2346487083580201992.post-75985075302715978312012-09-09T02:54:00.001-07:002012-09-09T02:54:36.324-07:00Sou espanhola e sou contra o AO90<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Devo começar por dizer que duvidei na hora de enviar este texto. No fim de contas, sou espanhola e alguns portugueses poderiam levar a mal uma estrangeira vir cá opinar sobre aquilo que não lhe diz respeito. Depois pensei melhor e concluí que poderia enviá-lo porque se frequentei a Escola de Línguas da minha cidade (Zamora) durante cinco anos a estudar Português, se há 10 anos costumo tirar todas as minhas férias e fins-de-semana alongados nesse país vizinho, se nos últimos cinco anos li apenas dois livros na minha língua materna mas dúzias e dúzias deles em Língua portuguesa, se não perco um curso, workshop, festival de fados ou qualquer outro evento organizado pela Fundação Rei Afonso Henriques em Zamora com o fim de aprofundar o meu conhecimento da cultura portuguesa, se visito cada dia o site do PÚBLICO (obrigada pela vossa resistência em aderir ao AO, que me permite informar-me em Português correcto) e se a tudo isso acrescentarmos o meu profundo amor por Portugal, determinei que o Português faz parte da minha cultura e até da minha vida e que sim, tenho alguma coisa a dizer. E rogo-lhes que me permitam dizê-lo sem se ofenderem porque é por respeito e afecto que escrevo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Sou contra o mal chamado AO (porque nem é acordo nem é apenas ortográfico), em primeiro lugar porque defendo as diferenças. No meu país convivem várias línguas oficiais (castelhano, galego, basco, catalão e valenciano) e, excepção feita a políticos interessados em enfrentar as pessoas na procura de uns votos aqui e acolá e entreter o pessoal com tolices, isso não nos causa problema nenhum mas, pelo contrário, enriquece o nosso património cultural.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Quando falo com colegas, amigos ou familiares sobre o AO da Língua Portuguesa, eles ficam admirados. Não percebem e dizem que eles nunca permitiriam uma coisa dessas aqui. Não percebem e embora a maioria se esteja nas tintas (infelizmente, os espanhóis não ligam muito às notícias vindas de Portugal, embora ache que a tendência começa a mudar) quase sempre me perguntam: “E então, os portugueses não estão a fazer nada para evitar isso? Fosse aqui e eu…” Mas não é aqui, é aí. A Real Academia Española de la Lengua fez historicamente acordos com as academias do resto dos países que têm o Castelhano (ou Espanhol, como prefiram) como língua oficial mas sempre foram respeitadas as diferenças de vocabulário, fonéticas e ortográficas de cada país, sendo logicamente a RAE quem dita as normas, uma vez que é a Espanha o país do qual a Língua é originária. Até onde eu sei nunca veio aqui um país maior em número de habitantes (o México, por exemplo) a dizer-nos que tínhamos que falar ou escrever como eles, como também não tivemos uns académicos que, servindo vá lá saber os interesses de quem, decidiram um dia inventar um acordo ortográfico irracional e completamentecontra naturam, uma vez que as Línguas devem evoluir ao ritmo do uso que lhes dão os povos que as utilizam para a sua comunicação e nunca servir interesses político-económicos. Com a Língua, máximo exponente de um país, não se brinca nem se negoceia.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">No tocante aos aspectos técnicos do assunto, poderia expor os argumentos utilizados por pessoas que sabem muito mais do que eu. Apenas digo que, como espanhola que aspira a um dia denominar-se lusófona, não estou a ver qual a vantagem de unificar a Língua Portuguesa eliminando a rica diversidade ortográfica e fonética existente e, mais, que não entendo que para essa suposta unificação tenham criado este Acordo que, longe de unificar, traz (ainda) mais duplas grafias e gera uma confusão que não existia. Inventaram um problema onde ele não existia. Até nas escolas de línguas, aqui em Espanha, o pessoal docente e os estudantes ficaram perdidos e sem saber se ligar a umas regras estúpidas “por imposição” ou declarar-se “em rebeldia”.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Termino dizendo que tenho muita pena (raiva até) por não poder lutar contra o AO da maneira mais efectiva, se calhar da única maneira efectiva: assinando a ILC (</span><a href="http://ilcao.cedilha.net/"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">http://ilcao.cedilha.net</span></a><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">) que faria ouvir a voz dos que são contra na Assembleia da República e que, em boa lógica, conseguiria revogar o AO90 antes que seja tarde de mais e a Língua Portuguesa seja definitivamente traída. Não precisam mais do que empregar cinco minutos escassos do seu tempo em assinar e enviar a subscrição da ILC. Não é uma coisa difícil, nem cara, nem inútil, acreditem. O futuro da Língua portuguesa está nas vossas mãos, portugueses, e é bom que assim seja. Vocês decidem.</span></div>
<a href="http://ilcao.cedilha.net/?p=618"><strong>Rocío Ramos</strong></a><br />Empresária, de Zamora, Espanha.<br />
<small>[In jornal “Público” de 07.09.12, página 53. Link para a versão online <a href="http://jornal.publico.pt/noticia/07-09-2012/sou-espanhola-e-sou-contra-o-ao90-25195089.htm">disponível</a> apenas para assinantes do jornal.]</small>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2346487083580201992.post-55379951376845834952012-07-08T17:01:00.001-07:002012-07-08T17:04:41.985-07:00«À imprensa nacional que se respeita!»<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
Ex.mos Senhores Directores das publicações:
</div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<b>Público, Correio da Manhã, Jornal i, Sol, Jornal de Negócios, Revista Sábado, O Diabo, Gazeta da Beira, Jornal da Região.</b></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
Sou visceralmente contra o Acordo Ortográfico de 1990, porque o
conheço e repetidamente analisei, desde que foi publicado no Diário da
República (23-8-1991), e porque tenho lido e ouvido muito do que sobre
ele se publicou e disse, a favor e contra, desde então. Também sobre
ele me tenho publicamente pronunciado em diversas ocasiões, numa luta
que encetei em Abril de 2008. Os meus textos, alguns publicados na
imprensa, encontram-se quase todos no meu nome (Maria José Abranches),
no sítio da Iniciativa Legislativa de Cidadãos contra o Acordo
Ortográfico (<a href="http://ilcao.cedilha.net/">http://ilcao.cedilha.net/</a>), que subscrevi e a que activamente aderi, assim que dela tive conhecimento por uma notícia do jornal “Público”.</div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
Porque as publicações que V.ªs Exc.ªs dirigem se respeitam e nos
respeitam, ao respeitarem a língua de Portugal, permito-me chamar a V.ª
atenção para o meu último texto, “A Herança”, publicado no sítio acima
referido em 10 de Junho último, pois ouso acreditar que o empenho e
cuidado com que me documentei para o escrever poderão contribuir para
uma visão mais global do muito que, para nós portugueses, está neste
momento em causa (<a href="http://ilcao.cedilha.net/?p=6272#comments">http://ilcao.cedilha.net/?p=6272#comments</a>).</div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
Aproveito ainda a ocasião para formular algumas perguntas cuja
resposta nos deveria interessar a todos, cabendo à comunicação social um
papel determinante no sentido de forçar os políticos a definir-se,
quebrando os “tabus” que estes, com maior ou menor subtileza, nos querem
impor:</div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
- Como se explica que, tendo havido tantas eleições desde 1990, o
AO90 nunca tenha sido publicamente discutido no âmbito das campanhas
eleitorais? Esta pergunta é ainda mais pertinente no que toca às últimas
eleições, a partir de 2009: legislativas, autárquicas, presidenciais e
de novo legislativas. </div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span id="more-6499"></span></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
- Porque é que, num momento particularmente difícil para Portugal,
como este que atravessamos, o poder político insiste em despojar-nos
também da nossa língua, impondo-nos uma ortografia escolhida pelo
Brasil, o que favorece a norma brasileira da língua portuguesa, ferindo
assim ainda mais profundamente a nossa dignidade? E tudo isto com custos
avultados, que ninguém parece interessado em denunciar nem
contabilizar…</div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
- Não é estranho que ninguém sinta necessidade de saber a que
“pressão” se referia Cavaco Silva, quando declarou, a 22.05.2012, na
inauguração da Feira do Livro em Díli (vd. Público”): “Quando fui ao
Brasil em 2008, face à pressão que então se fazia sentir no Brasil, o
Governo português disse-me que podia e devia anunciar a ratificação do
acordo, o que fiz”?!</div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
- Porque é que Portugal entregou o destino da nossa língua à CPLP,
onde os nossos Ministros da Educação, normalmente no estrangeiro,
decidem do modo como nós e os nossos filhos e descendentes devemos
escrever, sem que sejamos ouvidos, consultados, e nem sequer
correctamente informados?… </div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
Vem a propósito esta declaração: “Temos de olhar para a CPLP como uma
comunidade relativamente atípica porque é a única comunidade
linguística em que a potência mais importante não é a antiga potência
colonial” – Seixas da Costa, citado por Nuno Pacheco, que acrescenta
“(…) porque é a CPLP que se discute. Quem nela pesa, caso do Brasil; e
quem nela quer fingir que pesa, caso de Portugal.” (in “A língua, o
acordo e uma falsa unidade ditada pela política”, “Público”, 16 de Abril
de 2008).</div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
- Quem está preocupado com o desastre do ensino do Português, há
muito visivelmente nas mãos de um “lobby” enquistado no Ministério da
Educação? E porque não há verbas para o ensino da nossa língua junto das
comunidades de portugueses espalhadas pelo mundo? Mas atenção: a
campanha de implementação do AO90, nomeadamente graças às inúmeras
acções de formação desenvolvidas, ao mercado dos novos manuais, à sua
divulgação pela RTP, tem sido conduzida com invulgar vigor, e dispêndio
pouco consentâneo com a “crise” que atravessamos!… </div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
- Como foi ainda possível que os promotores do AO90 pusessem a
circular – sem suscitar reacções inteligentes – uma série de enormidades
que acriticamente se vão por aí repetindo, inclusivamente com a
colaboração de alguns jornais, ainda há bem pouco tempo prestigiados?
Muitos destes aspectos são devidamente equacionados no meu texto “A
Herança”, pelo que aqui me limito a enumerá-los:<br />
- as línguas evoluem (e até retrocedem, visto que nos querem obrigar a
escrever como se faz no Brasil desde 1943 – sem esquecer que o português
do Brasil tem características arcaicas, que nós já perdemos…); não
somos os donos da língua (pois não; por isso nos está vedado amputá-la e
desfigurá-la a pretexto de a tornar mais “vendável”); quem se opõe ao
Acordo é reaccionário, “Velho do Restelo”, retrógrado, antiquado (o
tique do costume: o importante são “os colarinhos à moda”); já houve
outras reformas da ortografia, e também elas suscitaram resistências
(“reforma” não é “acordo”) ; português antigo (expressão usada para
referir a ortografia que continua em vigor e nos vem de 1945); este
Acordo visa a uniformização indispensável ao prestígio internacional da
língua portuguesa (o que obviamente não resiste à análise mais
superficial); sem este AO, o português dito “europeu” ficará uma língua
residual, como o mirandês ( para além da falta de respeito pelas línguas
em geral, isto denota sobretudo ignorância…)…</div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
Nesta enumeração incompleta dos dislates que têm servido de apoio ao
AO90, quero ainda recordar a palavra sábia do ex-Ministro da Cultura,
Pinto Ribeiro: “Nós afirmamo-nos enquanto identidade e enquanto povo
através da língua que falamos e da expansão que demos a essa língua.
Neste momento, o número de falantes do português andará pelos 230, 240,
250 milhões. Mas desses 250 milhões, 200 milhões são brasileiros. E eles
eram apenas 70 milhões em 1960. De 1960 para 2008 triplicaram, e isso
significa fazer 130 milhões de falantes do português, mais do que nós
fizemos em todo o nosso passado.” (in entrevista ao “Público”,
04/02/2009; o destaque é meu)</div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
Mas os abissais e insondáveis conhecimentos linguísticos dos
políticos não param de nos surpreender: veja-se a Lei Nº 12.605, de 3 de
Abril de 2012, proclamada pela “Presidenta” do Brasil, e que “Determina
o emprego obrigatório da flexão de gênero para nomear profissão ou grau
em diplomas” – sem comentários!</div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
Termino, com o meu mais profundo agradecimento à imprensa portuguesa
que continua a defender lúcida e corajosamente a dignidade da língua de
Portugal, e com um vibrante apelo a que se não poupe a esforços para
fazer ouvir a voz dos portugueses, que o poder político tem ignorado e,
por todos os meios, tem procurado silenciar!</div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
Os meus cumprimentos,</div>
<div style="text-align: justify;">
<b></b>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Maria José Abranches Gonçalves dos Santos</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<b><small>Mensagem recebida por email, da autora, com autorização de publicação, também publicada no Site da ILC: </small></b><span class="Object" id="OBJ_PREFIX_DWT286_com_zimbra_url"><a href="http://ilcao.cedilha.net/?p=6499#comments" target="_blank">http://ilcao.cedilha.net/?p=6499#comments</a> </span><small></small>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2346487083580201992.post-46257330639334419022012-06-18T10:56:00.003-07:002012-06-18T10:56:33.621-07:00Manuel Alegre garante que vai continuar a escrever em “português antigo”<div class="content-noticia-feature">
<div class="noticia-intro" style="color: #990000; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">
<div style="text-align: center;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7gx6PjzshLJ2v7ArKvBcbVIVzR3pmyC68NKNnMeDaYcR1HtPr-EmEYfgWOAcZCtzXfKLM8W9oywNkNFW4Bw_mOtz-AYwTcfGJVN8QJ4z66R4pD6I_1wTaY9RakEXcVSD80ZMmE0HmQqc/s1600/manuel+alegre+na+biblioteca.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7gx6PjzshLJ2v7ArKvBcbVIVzR3pmyC68NKNnMeDaYcR1HtPr-EmEYfgWOAcZCtzXfKLM8W9oywNkNFW4Bw_mOtz-AYwTcfGJVN8QJ4z66R4pD6I_1wTaY9RakEXcVSD80ZMmE0HmQqc/s320/manuel+alegre+na+biblioteca.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<blockquote>
<span style="font-size: small;"><b>O poeta Manuel Alegre garantiu hoje que
vai continuar a escrever em “português antigo” e considerou que o novo
acordo ortográfico significa uma “capitulação e uma descaracterização”
da língua portuguesa.</b></span></blockquote>
</div>
</div>
<br clear="all" />
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">“Eu continuo a escrever daquela maneira, que é
aquela que sei e não mudo. Não vou escrever coisas absurdas, como
‘seleção’ sem a dupla consoante. Não sou capaz”, referiu. </span></span><br style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;" /><br style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;" /><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Segundo
Alegre, o acordo ortográfico “foi muito simplificado” e “muito centrado
não propriamente na filologia, na linguística, mas na ortografia”. </span></span><br style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;" /><br style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;" /><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">“Em
nome da globalização, [o acordo] abrasileirou a língua portuguesa, é
uma capitulação e uma descaracterização da língua portuguesa. Hoje leio
jornais e aquilo parece-me uma caricatura”, acrescentou. </span></span><br style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;" /><br style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;" /><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Lembrou
que, enquanto deputado, votou contra o acordo ortográfico e sublinhou
que quem faz a língua “são os povos, os poetas, as pessoas” e que “a
língua portuguesa é tanto mais rica quanto mais diversa”. </span></span><br style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;" /><br style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;" /><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">A riqueza da língua portuguesa, acentuou, “está no facto de ela ser una no essencial e depois diferente”. </span></span><br style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;" /><br style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;" /><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">“Eu
continuo a escrever no português antigo, como aliás o Fernando Pessoa
também escrevia. Fernando Pessoa dizia que a ortografia faz parte da
estética da língua”, rematou. </span></span><br style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;" /><br style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;" /><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Manuel Alegre falava em Forjães,
Esposende, onde foi o convidado da iniciativa cultural “Na minha terra
cabe o mundo todo”, promovido pela Junta de Freguesia local e pelas
associações ACARF e MarUno. </span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;" /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGY_i71wRXH54feiPNAyrFLb6fgfsosENfW6VvLDy-eV6KGGAJS1jr2CSdXf8wJdtkGabMjpfG6admNaMrJU4iSZIT9YGQlPeLyT7MSMphqfE5OiOzqSA1GjMSlDIUZ8AZdOwuyDFzwhg/s1600/publico.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGY_i71wRXH54feiPNAyrFLb6fgfsosENfW6VvLDy-eV6KGGAJS1jr2CSdXf8wJdtkGabMjpfG6admNaMrJU4iSZIT9YGQlPeLyT7MSMphqfE5OiOzqSA1GjMSlDIUZ8AZdOwuyDFzwhg/s1600/publico.png" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
16.06.2012 - 22:36
Por Lusa</div>
<br />Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2346487083580201992.post-88171651616855978702012-06-12T05:21:00.003-07:002012-06-12T05:21:25.889-07:00Declaração de amor à Língua portuguesa<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1ODNTg20h_-9bIiIKMcV2a-Y3SBy4v4xnroklApYkoI4JI1bsb4zW5Iqp6VgWD3TFLJOXv3Y5KBlM6GGChfFVBWro_W5ps5Jxjea7cWTBi9D6lKo_P3xc8_m4OydQ0eCs-psyuVj87oU/s1600/Teolinda+Gaz%C3%A3o.pt" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="201" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1ODNTg20h_-9bIiIKMcV2a-Y3SBy4v4xnroklApYkoI4JI1bsb4zW5Iqp6VgWD3TFLJOXv3Y5KBlM6GGChfFVBWro_W5ps5Jxjea7cWTBi9D6lKo_P3xc8_m4OydQ0eCs-psyuVj87oU/s320/Teolinda+Gaz%C3%A3o.pt" width="320" /></a></div>
<h3 class="artigo" style="text-align: justify;">
<i>Tempo de exames no secundário, os meus netos pedem-me
ajuda para estudar português. Divertimo-nos imenso, confesso. E eu
acabei por escrever a redacção que eles gostariam de escrever. As
palavras são minhas, mas as ideias são todas deles.</i></h3>
<span class="data"></span>
<div class="content">
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: center;">
<b><span style="font-size: small;">Redacção – Declaração de Amor à Língua Portuguesa</span></b></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Vou chumbar a Língua Portuguesa, quase toda
a turma vai chumbar, mas a gente está tão farta que já nem se importa.
As aulas de português são um massacre. A professora? Coitada, até é
simpática, o que a mandam ensinar é que não se aguenta. Por exemplo,
isto: No ano passado, quando se dizia “ele está em casa”, ”em casa” era o
complemento circunstancial de lugar. Agora é o predicativo do
sujeito.”O Quim está na retrete” : “na retrete” é o predicativo do
sujeito, tal e qual como se disséssemos “ela é bonita”. Bonita é uma
característica dela, mas “na retrete” é característica dele? Meu Deus, a
setôra também acha que não, mas passou a predicativo do sujeito, e
agora o Quim que se dane, com a retrete colada ao rabo.<br /> No ano
passado havia complementos circunstanciais de tempo, modo, lugar etc.,
conforme se precisava. Mas agora desapareceram e só há o desgraçado de
um “complemento oblíquo”. Julgávamos que era o simplex a funcionar:
Pronto, é tudo “complemento oblíquo”, já está. Simples, não é? Mas qual,
não há simplex nenhum, o que há é um complicómetro a complicar tudo de
uma ponta a outra: há por exemplo verbos transitivos directos e
indirectos, ou directos e indirectos ao mesmo tempo, há verbos de estado
e verbos de evento, e os verbos de evento podem ser instantâneos ou
prolongados, almoçar por exemplo é um verbo de evento prolongado (um bom
almoço deve ter aperitivos, vários pratos e muitas sobremesas). E há
verbos epistémicos, perceptivos, psicológicos e outros, há o tema e o
rema, e deve haver coerência e relevância do tema com o rema; há o
determinante e o modificador, o determinante possessivo pode ocorrer no
modificador apositivo e as locuções coordenativas podem ocorrer em
locuções contínuas correlativas. Estão a ver? E isto é só o princípio.
Se eu disser: Algumas árvores secaram, ”algumas” é um quantificativo
existencial, e a progressão temática de um texto pode ocorrer pela
conversão do rema em tema do enunciado seguinte e assim sucessivamente.<br />
No ano passado se disséssemos “O Zé não foi ao Porto”, era uma frase
declarativa negativa. Agora a predicação apresenta um elemento de
polaridade, e o enunciado é de polaridade negativa.<br /> No ano passado,
se disséssemos “A rapariga entrou em casa. Abriu a janela”, o sujeito de
“abriu a janela” era ela, subentendido. Agora o sujeito é nulo. Porquê,
se sabemos que continua a ser ela? Que aconteceu à pobre da rapariga?
Evaporou-se no espaço?<br /> A professora também anda aflita. Pelo vistos
no ano passado ensinou coisas erradas, mas não foi culpa dela se agora
mudaram tudo, embora a autora da gramática deste ano seja a mesma que
fez a gramática do ano passado. Mas quem faz as gramáticas pode dizer ou
desdizer o que quiser, quem chumba nos exames somos nós. É uma chatice.
Ainda só estou no sétimo ano, sou bom aluno em tudo excepto em
português, que odeio, vou ser cientista e astronauta, e tenho de gramar
até ao 12º estas coisas que me recuso a aprender, porque as acho
demasiado parvas. Por exemplo, o que acham de adjectivalização deverbal e
deadjectival, pronomes com valor anafórico, catafórico ou deítico,
classes e subclasses do modificador, signo linguístico, hiperonímia,
hiponímia, holonímia, meronímia, modalidade epistémica, apreciativa e
deôntica, discurso e interdiscurso, texto, cotexto, intertexto,
hipotexto, metatatexto, prototexto, macroestruturas e microestruturas
textuais, implicação e implicaturas conversacionais? Pois vou ter de
decorar um dicionário inteirinho de palavrões assim. Palavrões por
palavrões, eu sei dos bons, dos que ajudam a cuspir a raiva. Mas estes
palavrões só são para esquecer. Dão um trabalhão e depois não servem
para nada, é sempre a mesma tralha, para não dizer outra palavra (a
começar por t, com 6 letras e a acabar em “ampa”, isso mesmo, claro.)<br />
Mas eu estou farto. Farto até de dar erros, porque me põem na frente
frases cheias deles, excepto uma, para eu escolher a que está certa.
Mesmo sem querer, às vezes memorizo com os olhos o que está errado, por
exemplo: haviam duas flores no jardim. Ou: a gente vamos à rua.
Puseram-me erros desses na frente tantas vezes que já quase me parecem
certos. Deve ser por isso que os ministros também os dizem na televisão.
E também já não suporto respostas de cruzinhas, parece o totoloto.
Embora às vezes até se acerte ao calhas. Livros não se lê nenhum, só nos
dão notícias de jornais e reportagens, ou pedaços de novelas. Estou
careca de saber o que é o lead, parem de nos chatear. Nascemos curiosos e
inteligentes, mas conseguem pôr-nos a detestar ler, detestar livros,
detestar tudo. As redacções também são sempre sobre temas chatos, com um
certo formato e um número certo de palavras. Só agora é que estou a
escrever o que me apetece, porque já sei que de qualquer maneira vou ter
zero.<br /> E pronto, que se lixe, acabei a redacção - agora parece que
se escreve redação. O meu pai diz que é um disparate, e que o Brasil não
tem culpa nenhuma, não nos quer impor a sua norma nem tem sentimentos
de superioridade em relação a nós, só porque é grande e nós somos
pequenos. A culpa é toda nossa, diz o meu pai, somos muito burros e
julgamos que se escrevermos ação e redação nos tornamos logo do tamanho
do Brasil, como se nos puséssemos em cima de sapatos altos. Mas, como os
sapatos não são nossos nem nos servem, andamos por aí aos trambolhões, a
entortar os pés e a manquejar. E é bem feita, para não sermos burros.<br />
E agora é mesmo o fim. Vou deitar a gramática na retrete, e quando a
setôra me perguntar: Ó João, onde está a tua gramática? Respondo: Está
nula e subentendida na retrete, setôra, enfiei-a no predicativo do
sujeito.<br /> João Abelhudo, 8º ano, turma C (c de c…r…o, setôra, sem ofensa para si, que até é simpática).</span></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<b><span style="font-size: small;">Teolinda Gersão, junho, 2012</span></b></div>
</div>Unknownnoreply@blogger.com