mercredi 29 février 2012

Analfabetismo...

A autoridade de viação do Rio de Janeiro - Detran - pediu a um cidadão português para apresentar a tradução do passaporte para matricular o veículo, foi esta quarta-feira anunciado.
A autoridade de viação do Rio de Janeiro - Detran - pediu a um cidadão português para apresentar a tradução do passaporte para matricular o veículo, foi esta quarta-feira anunciado.

Visto h
oje no Facebook, 29/02/2012

Aviso à navegação!

O Direito de Petição está regulamentado pela Lei n.º 43/90, de 10 de Agosto, com as alterações introduzidas pela Lei n.º 6/93, de 1 de Março, Lei n.º 15/2003, de 4 de Junho e Lei n.º 45/2007, de 24 de Agosto.

A liberdade e a responsabilidade com que devemos exercer este direito, tanto quando lançamos uma petição, como quando assinamos alguma por outros apresentada, é condição sine qua non para a própria preservação da dignidade e credibilidade deste valioso instrumento ao serviço da nossa cidadania. Caso contrário, não só contribuímos para banalizar este meio de intervenção cívica, como corremos o risco de aumentar os cemitérios de petições inúteis.

Consequentemente, antes de assinarmos uma qualquer petição, convém verificar:

a) Quem assume nominalmente a autoria e posterior acompanhamento da petição em causa, nomeadamente nos contactos a haver com a Assembleia da República;
b) Qual o objectivo expressamente definido para a mesma;
c) Se existe fundamentação rigorosa e adequada à importância do objectivo a atingir;
d) Quais os elementos pedidos aos peticionários no acto de assinatura, já que, pela lei em vigor, é obrigatório “indicar o nome completo e o número do bilhete de identidade ou, não sendo portador deste, qualquer outro documento de identificação válido”
. (art. 6.º, p.3)

Para terminar, uma informação útil: no respeito pela Lei n.º17/2003, de 4 de Junho, que “regula os termos e condições em que grupos de cidadãos eleitores exercem o direito de iniciativa legislativa junto da Assembleia da República”, encontra-se aberta à subscrição pelos interessados (indispensáveis 35 000, mediante assinatura em papel) uma Iniciativa Legislativa de Cidadãos contra o Acordo Ortográfico. O seu objectivo é apresentar na A.R. um Projecto de Lei de Revogação da Resolução da Assembleia da República N.º 35/2008, anulando assim a entrada em vigor do Acordo Ortográfico de 1990.

Se é resolutamente contra o Acordo Ortográfico de 1990 ou se simplesmente este lhe parece um disparate, exerça de modo útil o seu direito/dever de cidadania: subscreva esta ILC em http://ilcao.cedilha.net; veja toda a informação na página “Assinar a ILC”!

Maria José Abranches, subscritora da ILC contra o Acordo Ortográfico

Governo vai alterar Acordo Ortográfico


Francisco José Viegas afirmou ontem que o Governo se prepara para alterar o Acordo Ortográfico até 2015 e que cada português é livre para escrever como entender.

O secretário de Estado da Cultura admitiu ontem em entrevista à TVI-24 alterar até 2015 algumas regras do novo Acordo Ortográfico, que já está em vigor nos organismos do Estado desde janeiro deste ano.

Manifestando o seu desacordo com algumas normas, Francisco José Viegas lembrou que "do ponto de vista teórico, a ortografia é uma coisa artificial. Portanto, podemos mudá-la. Até 2015 podemos corrigi-la, temos essa possibilidade e vamos usá-la. Nós temos que aperfeiçoar o que há para aperfeiçoar. Temos três anos para o fazer".

Questionado sobre a polémica decisão de Vasco Graça Moura que ordenou aos serviços internos do Centro Cultural de Belém (CCB) que não apliquem o novo acordo, o responsável pela pasta da cultura começou por lembrar que o presidente do CCB "é uma das pessoas que mais refletiu e se empenhou no combate contra o Acordo Ortográfico" para seguidamente lembrar aqueles que "não têm qualquer intimidade nem com a escrita, nem com a ortografia, terem vindo criticar e pedir sanções".

"Para mim é um não-problema. Os materiais impressos e oficiais do CCB obedecem a uma norma geral que vigora desde 1 de janeiro em todos os organismos sob tutela do Estado. O Vasco Graça Moura, um dos grandes autores da nossa língua, escrever como lhe apetecer", acrescentou o governante.

"Às vezes quando escrevo como escritor tenho dúvidas e vou fazer uso dessa possibilidade, como todos os portugueses podem fazer uso dessa possibilidade, isto é, a competência que têm para escolher a sua ortografia. Não há uma polícia da língua. Há um acordo que não implica sanções graves para nenhum de nós", rematou Francisco José Viegas.


Ler mais: http://aeiou.expresso.pt/governo-vai-alterar-acordo-ortografico=f708008#ixzz1nlreApA4

Melhor dizendo: MAIS VALIA ESTAREM QUEITOS!

Comentário do HP


mardi 28 février 2012

Entre nós…


Vi com enorme satisfação Manuel Alegre declarar que escreveria sem acordo até ao fim da sua vida.

Ainda bem, a bem da literatura!

O acordo ortográfico e o futuro da língua portuguesa…


Tem-se falado muito do Acordo Ortográfico e da necessidade de a língua evoluir no sentido da simplificação, eliminando letras desnecessárias e acompanhando a forma como as pessoas realmente falam.

Sempre combati o dito Acordo mas, pensando bem, até começo a pensar que este peca por defeito. Acho que toda a escrita deveria ser repensada, tornando-a mais moderna, mais simples, mais fácil de aprender pelos estrangeiros.

Comecemos pelas consoantes mudas: deviam ser todas eliminadas.

É um fato que não se pronunciam. Se não se pronunciam, porque ão-de escrever-se? O que estão lá a fazer? Aliás, o qe estão lá a fazer? Defendo qe todas as letras qe não se pronunciam devem ser, pura e simplesmente, eliminadas da escrita já qe não existem na oralidade.

Outra complicação decorre da leitura igual qe se faz de letras diferentes e das leituras diferentes qe pode ter a mesma letra.

Porqe é qe “assunção” se escreve com “ç” e “ascensão” se escreve com “s”?

Seria muito mais fácil para as nossas crianças atribuír um som único a cada letra até porqe, quando aprendem o alfabeto, lhes atribuem um único nome. Além disso, os teclados portugueses deixariam de ser diferentes se eliminássemos liminarmente o “ç”.

Por isso, proponho qe o próximo acordo ortográfico elimine o “ç” e o substitua por um simples “s” o qual passaria a ter um único som.

Como consequência, também os “ss” deixariam de ser nesesários já qe um “s” se pasará a ler sempre e apenas “s”.

Esta é uma enorme simplificasão com amplas consequências económicas, designadamente ao nível da redusão do número de carateres a uzar. Claro, “uzar”, é isso mesmo, se o “s” pasar a ter sempre o som de “s” o som “z” pasará a ser sempre reprezentado por um “z”.

Simples não é? se o som é “s”, escreve-se sempre com s. Se o som é “z” escreve-se sempre com “z”.

Quanto ao “c” (que se diz “cê” mas qe, na maior parte dos casos, tem valor de “q”) pode, com vantagem, ser substituído pelo “q”. Sou patriota e defendo a língua portugueza, não qonqordo qom a introdusão de letras estrangeiras. Nada de “k”.

Não pensem qe me esqesi do som “ch”.

O som “ch” pasa a ser reprezentado pela letra “x”. Alguém dix “csix” para dezinar o “x”? Ninguém, pois não? O “x” xama-se “xis”. Poix é iso mexmo qe fiqa.

Qomo podem ver, já eliminámox o “c”, o “h”, o “p” e o “u” inúteix, a tripla leitura da letra “s” e também a tripla leitura da letra “x”.

Reparem qomo, gradualmente, a exqrita se torna menox eqívoca, maix fluida, maix qursiva, maix expontânea, maix simplex. Não, não leiam “simpléqs”, leiam simplex. O som “qs” pasa a ser exqrito “qs” u qe é muito maix qonforme à leitura natural.

No entanto, ax mudansax na ortografia podem ainda ir maix longe, melhorar qonsideravelmente.

Vejamox o qaso do som “j”. Umax vezex excrevemox exte som qom “j” outrax vezex qom “g”. Para qê qomplicar?!?

Se uzarmox sempre o “j” para o som “j” não presizamox do “u” a segir à letra “g” poix exta terá, sempre, o som “g” e nunqa o som “j”. Serto? Maix uma letra muda qe eliminamox.

É impresionante a quantidade de ambivalênsiax e de letras inuteix qe a língua portugesa tem! Uma língua qe tem pretensõex a ser a qinta língua maix falada do planeta, qomo pode impôr-se qom tantax qompliqasõex? Qomo pode expalhar-se pelo mundo, qomo póde tornar-se realmente impurtante se não aqompanha a evolusão natural da oralidade?

Outro problema é o dox asentox. Ox asentox só qompliqam!
Se qada vogal tiver sempre o mexmo som, ox asentox tornam-se dexnesesáriox.

A qextão a qoloqar é: á alternativa? Se não ouver alternativa, pasiênsia.

É o qazo da letra “a”. Umax vezex lê-se “á”, aberto, outrax vezex lê-se “â”, fexado. Nada a fazer.

Max, em outrox qazos, á alternativax.

Vejamox o “o”: umax vezex lê-se “ó”, outrax vezex lê-se “u” e outrax, ainda, lê-se “ô”. Seria tão maix fásil se aqabásemox qom isso! Para qe é qe temux o “u”? Para u uzar, não? Se u som “u” pasar a ser sempre reprezentado pela letra “u” fiqa tudo tão maix fásil! Pur seu lado, u “o” pasa a suar sempre “ó”, tornandu até dexnesesáriu u asentu.

Já nu qazu da letra “e”, também pudemux fazer alguma qoiza: quandu soa “é”, abertu, pudemux usar u “e”. U mexmu para u som “ê”. Max quandu u “e” se lê “i”, deverá ser subxtituídu pelu “i”. I naqelex qazux em qe u “e” se lê “â” deve ser subxtituidu pelu “a”.

Sempre. Simplex i sem qompliqasõex.

Pudemux ainda melhurar maix alguma qoiza: eliminamux u “til” subxtituindu, nus ditongux, “ão” pur “aum”, “ães” – ou melhor “ãix” - pur “ainx” i “õix” pur “oinx”.

Ixtu até satixfax aqeles xatux purixtax da língua qe goxtaum tantu de arqaíxmux.

Pensu qe ainda puderiamux prupor maix algumax melhuriax max parese-me qe exte breve ezersísiu já e sufisiente para todux perseberem qomu a simplifiqasaum i a aprosimasaum da ortografia à oralidade so pode trazer vantajainx qompetitivax para a língua purtugeza i para a sua aixpansaum nu mundu.

Será qe algum dia xegaremux a exta perfaisaum?
(da autoria do blogue “A Biblioteca de Jacinto”)

lundi 13 février 2012

Meter uma lança de África

Diz-se “meter uma lança em África” como sinónimo de vencer uma grande dificuldade. Pois bem: há dias, a lança virou-se, directamente de África, contra o “lançador”.

Em extenso editorial, o Jornal de Angola escreveu o seguinte: “Sabemos que somos falantes de uma língua que tem o Latim como matriz. Mas mesmo na origem existiu a via erudita e a via popular. Do ‘português tabeliónico’ aos nossos dias, milhões de seres humanos moldaram a língua em África, na Ásia, nas Américas.
Intelectuais de todas as épocas cuidaram dela com o mesmo desvelo que se tratam as preciosidades.” E mais adiante: “Ninguém mais do que os jornalistas gostava que a Língua Portuguesa não tivesse acentos ou consoantes mudas. O nosso trabalho ficava muito facilitado se pudéssemos construir a mensagem informativa com base no português falado ou pronunciado. Mas se alguma vez isso acontecer, estamos a destruir essa preciosidade que herdámos inteira e sem mácula.”
E a findar: “O português falado em Angola tem características específicas e varia de província para província. Tem uma beleza única e uma riqueza inestimável para os angolanos mas também para todos os falantes. Tal como o português que é falado no Alentejo, em Salvador da Baía ou em Inhambane tem características únicas. Todos devemos preservar essas diferenças e dá-las a conhecer no espaço da CPLP. A escrita é ‘contaminada’ pela linguagem coloquial, mas as regras
gramaticais, não. Se o étimo latino impõe uma grafia, não é aceitável que através de um qualquer acordo ela seja simplesmente ignorada. Nada o justifica. Se queremos que o português seja uma língua de trabalho na ONU, devemos, antes do mais, respeitar a sua matriz e não pô-la a reboque do difícil comércio das palavras.” Ouviram, discípulos de Malaca & Bechara?

Se lhes parece mal, por vir de africanos, então ouçam lá um brasileiro:
“O acordo ortográfico é um aleijão.


Linguisticamente malfeito, politicamente mal pensado, socialmente mal justificado e finalmente mal implementado.

Foi conduzido, aqui no Brasil, de modo palaciano: a universidade não foi consultada, nem teve participação nos debates (se é que houve debates além dos que talvez ocorram durante o chá da tarde na Academia Brasileira de Letras)”. Mais: “A ortografia brasileira não será igual à portuguesa. Nem mesmo, agora, a ortografia em cada um dos países será unificada, pois a possibilidade de grafias duplas permite inclusive a construção de híbridos.” E agora o tal “difícil comércio das palavras”: “Nem vale a pena referir mais uma vez o custo social de tal negócio: treinamento de docentes, obsolescência súbita de material didáctico adquirido pelas famílias, adequação de programas de computador, cursos necessários para aprender as abstrusas regras do hífen e outras miuçalhas.”
Assim fala Paulo Franchetti, crítico literário, escritor e professor titular da Universidade Estadual de Campinas, em entrevista ao blogue Tantas Páginas.


Foi você que pediu um acordo ortográfico? Não? Então descubra quem o encomendou.
Os angolanos e os brasileiros já sabem.
Daí estas lanças, tão hábeis e certeiras.

Nuno Pacheco (jornalista) em Público

dimanche 12 février 2012

Reacções no Facebook...

Á entrevista de Miguel Esteves Cardoso.
Jorge Rosmaninho distorcido é esse senhor metido a ser mais do que os outros. Nunca sairá desse mundinho hipócrita e aldeão. respeitar as pequenas coisas sim, mas deixar de pensar grande em termos de língua é outra coisa. Portugal está para o mundo está, assim como o Mirandês está para Portugal, o Basco está para o espanhol. Com cidadãos que pensam tão pequeno Portugal será um feudo da europa.
Aurelio Pinto Caro Jorge Rosmaninho esse “senhor metido a ser mais do que os outros” como lhe chama, já é Cidadão Universal pela sua obra. Por outro lado, foi o “mundinho hipócrita e aldeão” que deu novos mundos ao Mundo” e uma l’ingua materna ao Brasil. Para isso não precisou de acordos ortográficos. Pensar grande para a língua é pô-la ao abrigo de sabordagens ancoradas em interesses materiais, daqueles que até poem vender a alma ao diabo para se considerarem garndes. Mas não é obrigado a estar de acordo comigo...

Edite Estrela no Facebook... e aminha modesta opinião

Edite Estrela :
Como o Acordo Ortográfico está na ordem do dia e vários amigos me têm manifestado interesse em conhecer a minha opinião, decidi transcrever a resposta que hoje dei a Imelda Borges (disponível no meu perfil):Sou a favor do acordo ortográfico, porque simplifica e moderniza a ortografia do português (o que facilita a sua aprendizagem) e porque acaba com a singularidade de termos a única língua com dupla ortografia.A nova ortografia favorece a pro...moção internacional da língua portuguesa. A abolição das consoantes mudas não interfere com a pronúncia das palavras. Repare que escrevemos colação e pronunciamos o a aberto [á], porque havemos de precisar de escrever colecção para pronunciarmos o e aberto [é]? E embora se escreva do mesmo modo (pregar)pronunciamos a vogal [é] se for "pregar um sermão", mas pronunciamos [e] se for "pregar um prego". Transcrevo o que escrevemos na introdução do nosso livro "Saber usar a nova ortografia": "Em Portugal, o tema da ortografia foi sempre polémico. Mal se fala em mudar acento ou consoante, um hífen que seja, começa meio mundo a protestar, em defesa da conservação, e outro meio a bater-se pela alteração. A querela ortográfica não é de ontem nem de hoje. A ortografia não é um território de consenso fácil. As mudanças ortográficas interferem com os hábitos de escrita de cada falante, mexem com automatismos adquiridos em anos de prática e perturbam as rotinas. Acresce que o falante tem uma vinculação afetiva muito forte com a sua língua materna, entendida como um bem precioso que a todos diz respeito.
A língua portuguesa é a única das línguas mais faladas no mundo que não tem uma norma ortográfica comum a todas as suas variantes nacionais.
A aproximação ortográfica não interfere com a coexistência e legitimidade de várias normas linguísticas regionais, nem condiciona outros domínios, como, por exemplo, a ortoépia e a prosódia. Escrever do mesmo modo não significa igualizar a pronúncia. Mesmo no território estritamente português, as palavras não são uniformemente pronunciadas. É natural que periodicamente se ajuste, simplifique e actualize a escrita das palavras. Por outro lado, a língua portuguesa só beneficiará se existir um código ortográfico válido para todo o espaço lusófono.
Qualquer ortografia é um sistema convencional que representa a língua. Umas vezes prevalece a representação fonética e, noutras, a representação histórica. Mas a ortografia não interfere com a essência da língua: não condiciona a fonologia, nem a morfologia, nem a sintaxe. A ortografia não é mais do que a aparência da língua, a sua pele. De modo que a questão ortográfica existe desde que se sentiu a necessidade de fixar critérios e codificar a escrita, sendo certo que nenhum sistema gráfico pode ser perfeito ou definitivo.
Ao longo dos séculos, muitos foram os que realçaram a necessidade de regras, revistas periodicamente, no sentido da simplificação e da modernização da escrita. Já em 1536, Fernão de Oliveira, o primeiro gramático português, alertava para a necessidade de novos sinais gráficos para representar as vogais "grandes" (abertas) das vogais "pequenas" (fechadas). Outros gramáticos, como Duarte Nunes de Lião e João de Barros, dedicaram especial atenção aos problemas ortográficos, como bem salientou a autora de "Dois ortografistas do sec. XVI". Maria Leonor Carvalhão Buescu destaca a "polémica gramatical" associada à ortografia, em que "as opiniões divergem parcialmente e parcialmente se encontram", considerando, no entanto, que há "como que uma unanimidade entre os ortografistas: a melhor grafia é aquela que se aproxima da pronúncia".
Vão nesse sentido as alterações do novo acordo ortográfico".
Aurelio Pinto: Camarada, quanto mais se tenta justificar o injustificacavel menos se convence. Este acordo é uma treta!
Abraço de Paris.
Nota : Juntei o artigo do Jornal de Angola de 08 de Fevereiro, 2012

Edite Estrela

No meu perfil, respondi a Aurelio Pinto a propósito do editorial do Jornal de Angola, publicado no passado dia 8 de fevereiro, intitulado
"Património em risco".Caro Aurélio Pinto, o editorial mereceria um comentário mais desenvolvido não adequado a este formato, porque contém afirmações que subscrevo, mas também tem outras de que discordo. Confunde ortografia (a aparência da Língua) com a sua essência (a morfologia, a sintaxe...). Tem implícito o pressuposto de que a ortografia da língua portuguesa se tem mantido imutável ao longo dos séculos, o que não é verdade. Eça não escrevia como Camões e eu já não escrevi como os meus avós. Na década de 70, houve um pequeno acordo ortográfico entre Portugal e o Brasil que conduziu à abolição dos acentos dos advérbios terminados em -mente (praticamente) e das palavaras terminadas em -zinho (sozinho, cafezinho, Zezinho). Pode-se discordar de algumas opções deste acordo, mas com argumentos científicos, mas não com pseudoargumentos. Recordo que o AO foi assinado em 1990 pelos representantes dos governos de todos os países lusófonos, incluindo o de Angola, países que é susposto honrarem os acordos internacionais. Acresce que os responsáveis angolanos até são do mesmo partido e têm o mesmo Presidente da República. Por último, uma precisão: a língua portuguesa é a língua materna de portugueses e brasileiros, sendo a língua oficial dos restantes países lusófonos.
O que faz alguma diferença.

Aurelio Pinto:
Pois...


O que eles pensam

Novo acordo ortográfico na voz de Vasco Graça Moura

http://www.youtube.com/watch?v=12zML09dnEs&feature=related

Uma facada na cultura portuguesa

http://www.youtube.com/watch?v=27g-t9_W8X8&feature=related

FLUL abandona acordo ortográfico

http://www.youtube.com/watch?v=N1slW0PSkzM


http://www.youtube.com/watch?v=N1slW0PSkzM

Património em risco

Os ministros da CPLP estiveram reunidos em Lisboa, na nova sede da organização, e em cima da mesa esteve de novo a questão do Acordo Ortográfico que Angola e Moçambique ainda não ratificaram.

Peritos dos Estados membros vão continuar a discussão do tema na próxima reunião de Luanda. A Língua Portuguesa é património de todos os povos que a falam e neste ponto estamos todos de acordo.

É pertença de angolanos, portugueses, macaenses, goeses ou brasileiros. E nenhum país tem mais direitos ou prerrogativas só porque possui mais falantes ou uma indústria editorial mais pujante. Uma velha tipografia manual em Goa pode ser tão preciosa para a Língua Portuguesa como a mais importante empresa editorial do Brasil, de Portugal ou de Angola. O importante é que todos respeitem as diferenças e que ninguém ouse impor regras só porque o difícil comércio das palavras assim o exige. Há coisas na vida que não podem ser submetidas aos negócios, por mais respeitáveis que sejam, ou às “leis do mercado”. Os afectos não são transaccionáveis. E a língua que veicula esses afectos, muito menos. Provavelmente foi por ter esta consciência que Fernando Pessoa confessou que a sua pátria era a Língua Portuguesa.
Pedro Paixão Franco, José de Fontes Pereira, Silvério Ferreira e outros intelectuais angolenses da última metade do Século XIX também juraram amor eterno à Língua Portuguesa e trataram-na em conformidade com esse sentimento nos seus textos. Os intelectuais que se seguiram, sobretudo os que lançaram o grito “Vamos Descobrir Angola”, deram-lhe uma roupagem belíssima, um ritmo singular, uma dimensão única. Eles promoveram a cultura angolana como ninguém. E o veículo utilizado foi o português. Queremos continuar esse percurso e desejamos que os outros falantes da Língua Portuguesa respeitem as nossas especificidades. Escrevemos à nossa maneira, falamos com o nosso sotaque, desintegramos as regras à medida das nossas vivências, introduzimos no discurso as palavras que bebemos no leite das nossas Línguas Nacionais. Sabemos que somos falantes de uma língua que tem o Latim como matriz. Mas mesmo na origem existiu a via erudita e a via popular. Do “português tabeliónico” aos nossos dias, milhões de seres humanos moldaram a língua em África, na Ásia, nas Américas. Intelectuais de todas as épocas cuidaram dela com o mesmo desvelo que se tratam as preciosidades.
Queremos a Língua Portuguesa que brota da gramática e da sua matriz latina. Os jornalistas da Imprensa conhecem melhor do que ninguém esta realidade: quem fala, não pensa na gramática nem quer saber de regras ou de matrizes. Quem fala quer ser compreendido. Por isso, quando fazemos uma entrevista, por razões éticas mas também técnicas, somos obrigados a fazer a conversão, o câmbio, da linguagem coloquial para a linguagem jornalística escrita. É certo que muitos se esquecem deste aspecto, mas fazem mal. Numa entrevista até é preciso levar aos destinatários particularidades da linguagem gestual do entrevistado.
Ninguém mais do que os jornalistas gostava que a Língua Portuguesa não tivesse acentos ou consoantes mudas. O nosso trabalho ficava muito facilitado se pudéssemos construir a mensagem informativa com base no português falado ou pronunciado. Mas se alguma vez isso acontecer, estamos a destruir essa preciosidade que herdámos inteira e sem mácula. Nestas coisas não pode haver facilidades e muito menos negócios. E também não podemos demagogicamente descer ao nível dos que não dominam correctamente o português.
Neste aspecto, como em tudo na vida, os que sabem mais têm o dever sagrado de passar a sua sabedoria para os que sabem menos. Nunca descer ao seu nível. Porque é batota! Na verdade nunca estarão a esse nível e vão sempre aproveitar-se social e economicamente por saberem mais. O Prémio Nobel da Literatura, Dário Fo, tem um texto fabuloso sobre este tema e que representou com a sua trupe em fábricas, escolas, ruas e praças. O que ele defende é muito simples: o patrão é patrão porque sabe mais palavras do que o operário!
Os falantes da Língua Portuguesa que sabem menos, têm de ser ajudados a saber mais. E quando souberem o suficiente vão escrever correctamente em português. Falar é outra coisa. O português falado em Angola tem características específicas e varia de província para província. Tem uma beleza única e uma riqueza inestimável para os angolanos mas também para todos os falantes. Tal como o português que é falado no Alentejo, em Salvador da Baía ou em Inhambane tem características únicas. Todos devemos preservar essas diferenças e dá-las a conhecer no espaço da CPLP. A escrita é “contaminada” pela linguagem coloquial, mas as regras gramaticais, não. Se o étimo latino impõe uma grafia, não é aceitável que através de um qualquer acordo ela seja simplesmente ignorada. Nada o justifica. Se queremos que o português seja uma língua de trabalho na ONU, devemos, antes do mais, respeitar a sua matriz e não pô-la a reboque do difícil comércio das palavras.


Jornal de Angola, 08 de Fevereiro, 2012


dimanche 5 février 2012

Deana Barroqueiro no Facebook

...É isso mesmo Pedro Medina Ribeiro, e eu como muito velha ainda não calei os protestos e assinei todas as petições e não terei os meus livros "emendados" pelo Acordo (ou então não voltarei a publicar outro livro no resto da minha vida.

O que me custou mais em tudo isto foi exactamente a falta de amor pela Língua que dizem querer valorizar. E foi feito à revelia dos cidadãos e das instituições que velam por ela. Neste país nunca houve da parte dos governantes qualquer respeito pelo cidadão, só fingem tê-lo no tempo das eleições, depois borrifam-se para o que pensamos ou queremos, porque nós, enquanto povo, dobramos a espinha ao poder, não temos orgulho do nosso país. Por isso temos uma troika estrangeira a estalar o chicote nos nossos lombos. A nossa Língua estava a evoluir naturalmente, como é próprio de qualquer língua no mundo. O que se fez foi um "favor" não ao nosso país, mas a outro, como se tem feito em outros aspectos, sempre com o complexo de menoridade (falamos com muita bazófia para esconder a insegurança e a falta de cultura e de competência). Já no anterior acordo, o Brasil, depois de o assinar, "borrifou-se" para ele e para nós e continuou a escrever como sempre. Vendemo-nos por pouco. Este malfadado Acordo só entraria em vigor em 2014, infelizmente os jornais e as editoras que deviam ter acautelado a Língua dos seus jornalistas e escritores, apressaram-se a render-se ao poder e aos interesses (de futuros ganhos, ainda que possam vir a ser apenas fumo...).

Deana Barroqueiro, 5/02/2012

samedi 4 février 2012

O chapéu do Luís...

Com a mesma mão com que ontem tirei o chapéu a Vasco Graça-Moura, hoje, serenamente, voltou a repo-lo na cabeça: o Acordo Ortográfico não deve ser respeitado não por vir do governo anterior (aliás, o governo anterior limitou-se a mandar pô-lo em prática -- quem o pariu foi um governo PSD,convém não esquecer...) mas por ser mau, incongruente, inútil e feito de má-fé.
Ao dar como razão para não acatar o AO o facto de este ser obra do governo anterior - Graça-Moura perdeu toda a razão.
Luiz Fagundes Duarte
verno anterior -- Graça-Moura perdeu toda a razão.

Governo dá razão a Graça Moura. CCB pode aplicar acordo só a partir de 2014

Francisco José Viegas teve conhecimento da decisão do presidente do CCB. Casa da Música e Fundação Serralves também não aplicam acordo ortográfico

O governo não vai, nem pode, fazer nada para alterar a decisão de Vasco Graça Moura de não aplicar o acordo ortográfico no Centro Cultural de Belém (CCB). É este o entendimento da Secretaria de Estado da Cultura, já que, explica fonte governamental ao i, este organismo, como “instituição de direito privado, não está sob administração directa ou indirecta” do governo.

O presidente do CCB informou o secretário de Estado, Francisco José Viegas, da decisão e o governo entende que o acordo só terá de ser aplicado a partir de 2014 – a data prevista para a aplicação generalizada. Além do CCB, há outras instituições, como a Casa da Música ou a Fundação Serralves, que também não aplicam as novas regras na documentação que produzem.

A secretária de Estado da Cultura garante ao i que o acordo está a ser aplicado em todas os organismos que tutela “directa ou indirectamente”, na sequência de uma resolução do Conselho de Ministros de Janeiro de 2011 que obriga “todos os serviços, organismos e entidades na dependência do governo” a adoptarem as novas regras.

Graça Moura foi desde o início um forte opositor do acordo ortográfico e ontem, em declarações à TSF, explicou que este não pode ser aplicado, porque não “está em vigor”, já que não foi aprovado em todos os países.

A legalidade da decisão noticiada ontem pelo “Público” suscita dúvidas, mas a ex--ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, defende que as novas regras se aplicam já ao CCB. “Absolutamente. É uma instituição pública. O ordenamento jurídico estabeleceu o dia 1 de Janeiro como a data de aplicação interna. Tudo o resto que não suceda nesse sentido é uma atitude que está acima da lei”, diz ao i Canavilhas.

DESAUTORIZADO O assunto foi levado ontem ao debate quinzenal com o primeiro-ministro pelo líder do PS, António José Seguro, que desafiou o governo a obrigar Graça Moura a recuar na decisão de não aplicar o acordo. Se não o fizer, é sinal de que o primeiro-ministro, que tem a tutela da área da cultura, “foi desautorizado pelo director do CCB”, disse o líder dos socialistas.

Passos Coelho mostrou algum desconhecimento sobre a situação e, na resposta, disse que o que tinha lido era que Graça Moura “tinha pedido para não lhe colocarem no seu computador o acordo ortográfico porque parece que gosta mais de escrever com a antiga ortografia”.

O PS não ficou satisfeito com a explicação e a deputada Gabriela Canavilhas insiste na necessidade de o governo assumir uma “posição pública”. “Ainda não a teve”, lamenta.

A decisão do novo presidente do CCB foi também criticada por Augusto Santos Silva, que foi ministro da Cultura nos tempos de António Guterres. No Facebook, Santos Silva escreve que Graça Moura “não tem [...] o direito de tornar a instituição que agora aceitou dirigir – por nomeação governamental após saneamento político do seu antecessor – instrumento da sua luta pessoal”.

A secretaria de Estado da Cultura anunciou ontem, a meio da tarde, os novos membros do conselho directivo da Fundação Centro Cultural de Belém, que são o ex-ministro das Finanças, Luís Campos e Cunha, o encenador Paolo Pinamonti, o actor e encenador António Lagarto e as empresárias Vera Nobre da Costa e Maria Estela Barbot.

I I, Por Luís Claro, publicado em 4 Fev 2012

vendredi 3 février 2012

Não gosto dos modos de Vasco de Graça Moura...

Não gosto dos modos de Vasco de Graça Moura, quando insulta outrem nas suas críticas, mas nesta aberração de Acordo, estou de acordo com ele e admiro a sua posição... embora saiba que não vai dar em nada, pois este massacre da nossa língua foi um processo "cozinhado" muito escondidamente e à revelia das instituições que o podiam fazer bem, além de ser contra a maioria daqueles que a utilizam profissionalmente, como os escritores. Uma das cabeças deste processo creio que foi o Prof. Malaca Casteleiro, assistente na Faculdade de Letras e meu professor de Linguística, há muitos anos. Indiano, falando com um acento forte, por vezes difícil de entender, deveria defender a existência das variantes próprias de cada país de língua portuguesa, independentemente da que se quisesse adoptar para a escrita oficial na Europa ou no resto do mundo. Não me incomoda nada que usem a versão brasileira na ONU, na UE ou nos E.U., incomoda-me e prejudica-me muito na minha escrita e nas minhas leituras, obrigarem-me a escrever e a ler num português que não é o de Portugal e que não respeita sequer as variantes dialectais do nosso país.

Graça Moura dá ordem aos serviços do CCB para não aplicarem o Acordo Ortográfico

O recém-empossado presidente do Centro Cultural de Belém (CCB), Vasco Graça Moura, fez distribuir ontem à tarde uma circular interna, na qual dá instruções aos serviços do CCB para não aplicarem o Acordo Ortográfico (AO) e para que os conversores - ferramenta informática que adapta os textos ao AO - sejam desinstalados de todos os computadores da instituição.

Numa directiva datada de Setembro de 2011, o anterior conselho de administração do CCB adoptara o acordo em toda a documentação produzida pela instituição. Uma decisão que o novo presidente agora revogou com o apoio da nova administração. A questão que agora se coloca é a de saber se esta medida é legal, já que o Governo de José Sócrates ordenou, em Janeiro de 2011, que o AO fosse adoptado por todos os serviços do Estado e entidades tuteladas pelo Governo.

In Publico por Luís Miguel Queirós

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Assim falam os meus amigos

Vasco Graça-Moura deu ordem aos serviços do CCB para não aplicarem o Acordo Ortográfico.

Os deputados do PSD pelos Açores na AR desafiaram o governo a não aplicar o Acordo Ortográfico. Concordo com todos e aplaudo.

E só lamento, como militante do PS e ex-deputado do PS, que tenha sido um g
overno PS a aprovar este aborto ortográfico.







Luiz Fagundes Duarte